Paixão Tricolor
Cacalo: a retomada do futebol e os seus riscos
Embora eu também deseje a volta dos jogos, penso que o momento é muito delicado
Vejo que são divididas as opiniões acerca do retorno do futebol. Preliminarmente, quero afirmar que é absolutamente necessário que se faça uma forte distinção entre as regiões do Brasil continental, que apresentam circunstâncias bem diferentes entre si, para efeito de controle e disseminação do coronavírus.
Analisando a questão aqui no sul do país, mais precisamente em nosso Estado e na nossa Capital, também encontraremos diferentes situações no combate à pandemia. Não tenho dúvidas que aqueles que propagam o imediato retorno do futebol estão trabalhando de suas casas, teoricamente bem protegidos do vírus.
Ou possuem outros interesses, que desconheço, mas que podem até ser legítimos. Ressalvo apenas a Federação Gaúcha de Futebol (FGF), que pretende o retorno, mas é a entidade responsável pelos jogos e ainda assim apresentou soluções razoáveis.
Há, no entanto, uma questão rigorosamente prioritária, que deve ser examinada com muita cautela. O Rio Grande do Sul vive um momento de alto contágio, dizem as autoridades. Mesmo testados negativos, se os profissionais do futebol, e aí incluo não somente os atletas, aparecerem contaminados, em caso de retorno dos jogos, quem seria responsabilizado? O que aconteceria com as partidas seguintes?
Riscos desnecessários
Embora eu também deseje a volta dos jogos, penso que o momento é muito delicado para efeito de controle da pandemia e, nestas condições, não se pode expor os profissionais a riscos desnecessários e claramente atuantes.