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Mau negócio 

Luciano Périco: arbitragem e o VAR foram os principais adversários do Grêmio no Morumbi 

Tricolor ficou no empate sem gols com o São Paulo

19/10/2020 - 07h00min

Atualizada em: 19/10/2020 - 07h00min


Luciano Périco
Luciano Périco
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Lucas Uebel / Grêmio/Divulgação
Renato Portaluppi reclamou da não utilização do árbitro de vídeo no Morumbi em lances capitais

Gosto de avaliar e debater as questões do futebol dentro de campo. Os desempenhos, as estratégias, o que deu certo ou errado naquilo que os treinadores pensaram para a partida. Sempre fujo de discussões a cerca de questões de arbitragem. 

Só que é impossível ignorar a interferência direta do apito no empate sem gols entre São Paulo e Grêmio no Morumbi. O árbitro FIfa do Paraná, Rafael Traci, colocou para si todos os holofotes de forma negativa. Além disso, a cabine do VAR, comandado pelo goiano Elmo Alves Resende Cunha, se omitiu para tirar dúvidas e corrigir os possíveis erros apontados do campo.

A primeira polêmica foi no início do jogo, quando Pepê foi derrubado quando ia em direção ao gol para ficar na cara de Tiago Volpi. Reinaldo era o último homem. Lance de cartão vermelho, apesar da dúvida se foi dentro ou fora da área. No mínimo, uma falta perigosa. Nada assinalado ou avaliado pelo VAR. 

Depois, no segundo tempo, Geromel sofreu um pênalti de concurso, que também sequer foi analisado pelo árbitro de vídeo. E o zagueiro gremista ainda tomou cartão amarelo por reclamação. Por fim, absurda também a não expulsão de Daniel Alves, que acabou lesionando o atacante Luiz Fernando, o tirando da partida. Fica a lição: enquanto os diálogos do VAR não tiverem transparência, ou seja, os áudios não forem disponibilizados, todo o processo deixa pairando no ar a possibilidade de se pensar na possibilidade de ter algo escuso, que não pode ser divulgado. É hora de abrir a caixa preta do VAR!

Voltando ao campo, os dois goleiros trabalharam pouco no duelo de tricolores no Morumbi. De início, chamou a atenção o grande percentual de posse de bola do time de Fernando Diniz. Bateu na casa de 86%. Porém, sem ameaçar a meta de Vanderlei. Aos poucos, o Grêmio começou a equilibrar as ações. E teve toda a supremacia das ações na etapa final. 

Mas chances de gol, em que o goleiro faz grande defesa, foram escassas. Pepê atormentou a defesa são-paulina com velocidade e dribles. Sem Diego Souza, Renato Portaluppi saiu da caixa e optou por começar a partida com Isaque e Luiz Fernando, sem Robinho no meio-campo. Faltou entrosamento, o que é natural. A ideia foi interessante, mas não rendeu o esperado.

Kannemann nem parecia que estava retornando de parada. Atuação vigorosa do zagueiro argentino. Enquanto teve fôlego, Maicon ditou o ritmo do meio-campo gremista, confirmando a sua importância no atual contexto. Peça rara, que precisa ser preservada por Renato para os momentos especiais da temporada. No discutível rodízio dos laterais que Renato vem fazendo, Orejuela e Cortez estiveram em campo. 

Atuações discretas, sem comprometer. Considero equilibrada a disputa pela titularidade na direita. Não consigo entender a não utilização de Diogo Barbosa na esquerda. A boa notícia foi a volta de Jean Pyerre ganhando alguns minutos de rodagem. 

No final de todas as polêmicas e reclamações, o empate acabou sendo um resultado que não foi bom para o Grêmio. Fica no meio da tabela, sem conseguir engrenar duas vitórias consecutivas no Brasileirão. E o gosto fica pior por aquilo que a arbitragem acabou sonegando e que poderia mudar o rumo da história.  


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