O mau desempenho e o péssimo resultado do jogo contra o Corinthians poderia ter desencadeado uma turbulência no vestiário e, inclusive, no clube como um todo. No entanto, a administração do futebol, especialmente sob o comando e controle do técnico Renato, sequer permitiu que o assunto fosse suscitado. 

Por isso, sempre afirmei que o excelente treinador de futebol não é aquele que somente tem um grande trabalho como estrategista. Na minha maneira de ver futebol, uma das principais qualidades do técnico é a gestão de pessoas, o comando do vestiário. Confiança recíproca entre partes, respeito mútuo e crença naquilo que está sendo proposto são circunstâncias inerentes ao bom trabalho e decorrem nos resultados e desempenhos satisfatórios. Tais compromissos fazem com que os profissionais do clube possam enfrentar e superar eventuais dificuldades. 

Na imensa maioria das vezes, quando se sujeita a momentos aparentemente complicados, o Grêmio como instituição tem sabido superá-los sem que haja ruptura interna e mágoas irreparáveis. No atual momento, atribuo a Renato, e à direção como um todo, a capacidade de diálogo para superação de possíveis problemas, que nos últimos anos sequer tem surgido. Reconheço que é muito difícil a manutenção de um grupo unido sem que haja a convivência referida, até porque nenhum clube tem o poder de vencer em todas as competições. Derrotas são aceitáveis, mas o relacionamento interno não pode ser abalado. O exemplo deveria servir para todos.