As notícias que vieram do Tricolor nos dão conta de substanciais alterações no departamento de futebol. Como exerci ao longo da vida as mais variadas funções no Grêmio e ocupei os mais variados cargos, obviamente tenho meus próprios conceitos acerca de como dirigir um clube desta grandeza, especialmente onde estive por mais tempo, que foi no departamento de futebol. 

Jamais diria que estes conceitos foram ou são os mais corretos, mas pelo menos eram ativos e respeitados por todas as instâncias do clube. Futebol é para ser comandado pelo vice presidente de futebol e seus diretores. O presidente é a última instância de todo o clube e sempre tem a palavra final, inclusive evitando eventuais desgastes, pois para isso tem subordinados intermediários.  

O treinador deve se reportar diariamente ao dirigente do departamento de futebol que, quando entender necessário, chama o presidente. Penso que o dirigente máximo do clube não deve participar no dia a dia do futebol. Deve ter, sim, um homem de sua estrita confiança como responsável.

Estas decisões internas devem partir sempre do vice de futebol. E, a ele, o técnico deve prestar contas em todos os momentos. Vice de futebol não escala equipe, mas obrigatoriamente, deve dialogar e trocar ideias com o treinador, até para que possa , com conhecimento, justificar as decisões do técnico. 

Parece, à distância, que esse relacionamento entre as partes, com essa finalidade específica,  não vinha acontecendo, inclusive como fica claro nas entrevistas de Renato, que repete constantemente que fala todos os dias com o presidente. E onde entra o vice de futebol? Por isso, penso que as reformulações devem também ser de conceitos e não apenas troca de nomes. Um presidente deve avaliar tudo isso.