Não posso me manifestar sobre essa questão tática e o aproveitamento de Ferreirinha sem antes dizer que futebol é momento e neste atual o atacante tem tido atuações suficientemente produtivas para ser titular do Grêmio. Mas, há outras razões que precisamos abordar, especialmente como acredito que pensa o técnico Renato. 

Embora esteja rendendo um bom futebol, não podemos fazer com que um atleta, supere um trabalho coletivo, salvo que seja um grande craque e decisivo nos jogos. Volto a afirmar que a meia-cancha tricolor demonstra alguma fragilidade de marcação, permitindo que os atacantes adversários tenham enfrentamento direto com a zaga. 

Acrescento, então, a participação de Alisson, que, além de atacante, exerce uma função de apoio ao  meio-campo e marcador de lateral. São características bem diferentes das de Ferreira. Este é atacante típico, que, no máximo, ajuda a marcar o lateral de seu lado. 

Neste item específico está a dificuldade de Renato para escalar Ferreira, embora o jogador mereça individualmente. Com ele, reduziria o  número de atletas no meio-campo, o que fragilizaria ainda mais o setor. 

Imagino que Renato pense que um meio-campo consistente necessite, pelo menos, de quatro jogadores no setor e com dois pontas abertos isso não seria possível. Mas, há jogos em que isso se faz necessário e quero crer que contando com sacrifício e esforços gerais, a boa fase de Ferreira pode vir a ser aproveitada contra o Palmeiras. 

Será um risco, mas para ser campeão é preciso superar tais obstáculos.