Imaginem uma cidade devastada por um furacão. Nada ficou de pé. Assim é o retrato do Grêmio depois de oito partidas e só dois pontos conquistados no Brasileirão. Jogadores consagrados tem suas capacidades questionadas. Aspirantes são observados com ares de desconfiança.
Ninguém consegue se firmar. O emocional da equipe está destruído. A bola queima no pé. Na hora da crise, parece que nada mais serve. Olhando o cenário de forma mais racional, é uma certeza que o Tricolor vem entregando infinitamente menos do que pode.
Com os recursos que dispõe, não tem bala para brigar pelo título. Mas não há explicação para uma campanha tão pífia no campeonato. Nesse ponto começa o desafio de Luiz Felipe Scolari. Primeiro ajeitar a defesa. Organizar e fechar a casinha. Geromel e Kannemann estão sofrendo com o combate direto. Não dá para descartar Ruan, fechando um trio de zagueiros, como ocorreu durante o duelo com o Palmeiras. É preciso mudar a forma do time jogar. Uma cirurgia profunda, adiada por Tiago Nunes, é fundamental.
Leia mais
Desenho Tático: as pistas que Thiago Gomes deixou para Felipão no Grêmio
Colunistas opinam: quem tem mais chance de arrumar a casa no Gre-Nal?
Pior ataque x segunda pior defesa: os números da dupla Gre-Nal no Brasileirão
Felipão terá que reconstruir e rechear o meio-campo, aumentando o poder de marcação. Sem Matheus Henrique, hora de desarquivar Fernando Henrique e Darlan. Mas será preciso ter alguém para a função de criação. Nas duas laterais, Vanderson e Guilherme Guedes podem dar mais fôlego. Rafinha e Diogo Barbosa vem sendo escalados no nome, entregando muito pouco.
Diego Souza, de muitos gols marcados, tem jogado isolado, parece pesado com pouca mobilidade na frente. Ricardinho pode ganhar uma oportunidade. No primeiro momento, como não haverá tempo para treinar, com toda a sua experiência vitoriosa, Felipão somente poderá fazer as correções no time do Grêmio na base da conversa.