Paixão tricolor
Cacalo: o futebol brasileiro era melhor com o limite de dois estrangeiros por time
Clubes investiam mais nas categorias de base, e quem vinha de fora era escolhido com cautela
Tenho um amigo que não cansa de repetir “que a vida era melhor quando a vida era pior”. Claro que temos de fazer uma interpretação. A frase traz consigo uma forte dose de conservadorismo, referindo-se claramente há tempos passados, quando, no entendimento desse amigo, havia menos violência. E também, mesmo sem a modernidade e a tecnologia de hoje, era muito bom viver. Não significa que atualmente não seja.
Assim, desejo estender essa tese fictícia para o futebol. Tempos atrás, não era permitido que clubes de futebol se valessem de muitos estrangeiros. Não quero ser antiquado, mas carrego comigo a ideia de que o futebol era muito superior quando as equipes eram formadas com o limite de dois estrangeiros cada.
Os clubes investiam mais nas categorias de base, os jovens eram lançados, talvez prematuramente, mas podíamos assistir a grandes jogadores formados em casa. E os estrangeiros que vinham para cá eram dotados de muita qualidade técnica, pois eram escolhidos com muita cautela. Atualmente, é enorme a quantidade de atletas vinda de fora, e tenho certeza que ela raramente qualifica nosso futebol.
Não me parece promissor que clubes grandes, como a dupla Gre-Nal, tenham times formados com mais da metade de estrangeiros. Renovo que não tenho vocação para o exagerado conservadorismo, mas há fatos e situações que devem ser detalhadamente avaliados. E o maior exemplo de tudo isso é, sem dúvida, o aspecto financeiro. É cada vez mais reduzido o aproveitamento de jovens que poderiam vir a ser astros valiosos.