Elogio e bronca
Dunga destaca atitude do Inter na vitória sobre o Criciúma e critica torcedor que tem ido ao Vale
Para treinador colorado, se ele escala Pedro o torcedor quer Paulo, se joga Paulo, quer Pedro
Aliviado após a vitória do Inter por 1 a 0 sobre o Criciúma, Dunga ressaltou, na entrevista coletiva, a atitude, concentração e a consistência do time durante o jogo em Santa Catarina. Chamado de burro pela torcida colorada na quinta-feira, após o empate com o Vitória, o técnico mandou um recado para o torcedor que tem acompanhado o Inter no Vale do Sinos. Dunga acredita que a equipe tem jogado mais tranquila fora de casa do que quando tem o mando:
- Esse ano não dá para escolhermos. Temos de jogar onde está marcado e tentar resolver o problemas na mesma situação. O que a gente espera sempre é que o torcedor que vai ao estádio incentive a sua equipe, que não comece desde o primeiro minuto a reclamar: se joga Paulo, queria Pedro, se joga Pedro, queria Paulo. Fica complicado. Eles (torcedores) vão ter que mudar todo o time, não querem ninguém que está no plantel. Tem que ir lá para torcer para o seu time, somos todos do Inter e precisamos resolver esse problema de jogar sempre fora de casa.
Para Dunga, saber o momento certo de defender e atacar foi determinante para a vitória contra o Criciúma.
- A nossa postura foi um pouco diferente. Nós tomávamos gol posicionados na defesa. A equipe adversária vinha uma ou duas vezes e tomávamos o gol. Em alguns momentos, nos preocupávamos mais em atacar do que em defender. A bola estava na nossa defesa e nós já estávamos preocupados em atacar antes de defender. Hoje, primeiro a gente defendeu e depois saiu para o ataque - analisou Dunga.
O treinador colorado também falou sobre a troca da dupla de volantes: Ygor e Willians por Airton e Josimar. Dunga afirmou que não foram apenas escolhas técnicas, mas que alterou o time por causa do desgaste físico de alguns jogadores:
- Os dois (Airton e Josimar) já tinham sido titulares. Saíram por lesão, estão voltando. O grupo tem de ser competitivo. Tem 11 que iniciam e os outros que estão fora têm que fazer com que a equipe melhore quando entram. Foi isso que aconteceu hoje. Quando o jogador começa a ficar cansado e não consegue se recuperar, acaba influenciando na parte técnica. Então achamos melhor colocar dois jogadores que dariam uma consistência física ao grupo, principalmente na hora da marcação. Ajudou bastante também no ritmo da equipe.
Dunga também elogiou a atuação de Alex, que entrou na vaga de Scocco. O técnico afirmou que o meia "deu um suporte maior para D'Alessandro, Damião e Otávio e que a equipe ficou mais consistente com o camisa 12".
Na próxima rodada do Brasileirão, a 22ª, o Inter enfrenta o Bahia, em Salvador. A um ponto do Atlético-PR, quarto colocado, os colorados podem entrar no G-4 se vencerem os baianos, na Fonte Nova.
Outro trechos da entrevista coletiva de Dunga:
Disputa entre Kleber e Fabrício pela lateral esquerda
"No jogo passado, o Kleber avançou, fez quatro ou cinco cruzamentos. Os dois laterais fizeram. A diferença é que hoje saiu o gol. A disputa está aberta, os dois podem ser titulares. No momento, o Kleber está jogando, está bem, é um jogador que tem uma qualidade técnica que todos nós conhecemos."
Confiança no trabalho
"O campeonato é difícil. Esse ano é muito particular para nós, jogamos sempre fora de casa. Muito mais difícil jogar em casa. Jogamos quatro jogos em nove dias, coisa que não é normal. E a equipe está sempre em pé, lutando, sabendo que vai ter dificuldade até o final do ano, mais o mais importante é a conscientização de todos no trabalho que estamos fazendo."
Próximo jogo
"É um jogo difícil, o Bahia joga bem no seu estádio. Nós tropeçamos em casa justamente contra o Bahia (2 a 1, no Centenário, em junho). É um jogo novo, precisamos recuperar os jogadores da melhor maneira possível para que todos possam estar prontos para jogar."
Cobrança
"Quando se joga numa grande equipe como o Internacional, sempre se tem a cobrança, de todas as partes. Mas o mais importante é a cobrança que nós temos internamente. Sabemos da qualidade de cada um, do que tem que ser feito. E nesse momento mais delicado a gente tem que incentivar os jogadores, motivá-los e principalmente passar confiança para que eles possam render o melhor e tentar encaixar cada um na sua posição com a sua qualidade técnica."
Menos pressão fora
"Capricho a equipe tem também em casa. Talvez quando jogamos fora, já sabemos que tudo é contra, então não damos muita importância do que acontece. Quando se joga em casa é normal ter uma cobrança, nos primeiros passes errados já começa um certo distúrbio que acaba atrapalhando a equipe. Quando joga fora, já sabe que todo mundo vai ser contra mesmo então a equipe já entra consciente disso."