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O sócio decide

Confira as mudanças propostas na reforma estatutária do Inter

Transformações serão votadas no sábado pelos associados do clube

28/08/2014 - 20h44min

Atualizada em: 28/08/2014 - 20h44min


Alexandre Ernst
Alexandre Ernst
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Omar Freitas / Agencia RBS

O Inter faz no sábado uma assembleia-geral para que seus sócios definam se o Estatuto do clube será alterado ou não. Todos os associados maiores de 16 anos e em dia com as mensalidades até 4 de agosto têm direito a votar pela reforma ou pela manutenção do atual estatuto. A votação pode ser presencial - urnas eletrônicas serão instaladas no Gigantinho, das 9h às 17h - ou pela internet - desde que o sócio tenha se inscrito no site do clube até ontem. O sócio tem de estar munido de identidade com foto e carteira social.

A mudança, se aprovada, alterará principalmente a forma de escolha do presidente. Neste caso, para a eleição do final de ano - prevista para as primeiras semanas de dezembro -, tudo indica que o sócio é quem escolherá o novo mandatário do Beira-Rio, e não os conselheiros.

O novo estatuto prevê que, para ser eleito em primeiro turno pelos conselheiros, o novo presidente precisará conquistar 85% dos votos presenciais no Conselho Deliberativo - ou 317 votos dos 346 possíveis. Na visão dos conselheiros, desta forma, dificilmente um candidato será eleito apenas pelo Conselho. A votação então iria para segundo turno, com votação de todos os sócios em dia.

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Para evitar que o cargo máximo do clube seja ocupado por algum "aventureiro" - expressão utilizada na política clubística para definir alguém sem história no clube -, caso o novo estatuto seja aprovado, o candidato precisará contar com a anuência de 30 conselheiros do Inter para poder concorrer.

Veja algumas das principais mudanças propostas:

Eleição

Como é
Se apenas uma chapa conquistar 25% ou mais dos votos dos conselheiros presentes na votação, está eleita em primeiro turno. Se duas ou mais chapas atingirem esse patamar, as duas mais votadas passam para segundo turno, com votação do sócio

O que se propõe
Só estará eleita em primeiro turno a chapa que atingir 85% ou mais dos votos dos conselheiros presentes na votação. Se nenhuma chapa atingir esse patamar, as duas mais votadas passam para segundo turno, com votação do sócio

Reeleição

Como é
Hoje não tem limite para reeleição

O que se propõe
Permite apenas uma reeleição

Parque Gigante

Como é
Sócios do Parque Gigante não podem votar na eleição para presidente, excetuando-se os sócios do Parque Gigante admitidos antes de 13 de novembro de 1990

O que se propõe
Todos os 2 mil sócios do Parque Gigante poderão votar na eleição para presidente

Vice-presidências

Como é
Prevê 12 vice-presidências - duas eleitas com o presidente e 10 indicadas pelo vencedor do pleito

O que se propõe
Redução para sete vice-presidências -  duas eleitas com o presidente e cinco indicadas pelo vencedor do pleito. Se o presidente quiser criar vice-presidências além das sete previstas, é preciso justificar no regimento interno da diretoria e submetê-lo ao Conselho

Regulamentos

Como é
Somente a direção do clube pode elaborar ou alterar o regulamento-geral do clube

O que se propõe
Somente o Conselho Deliberativo elabora e altera o regulamento-geral do clube

Consulados

Como é
O cônsul, o vice-cônsul e os representantes devem ser eleitos nas 600 cidades que possuem consulados - algo que nunca foi feito pela complexidade da organização. Hoje, o torcedor organiza o consulado na cidade e o clube homologa seu nome para a função

O que se propõe
O regulamento-geral do clube, aprovado pelo Conselho Deliberativo, preverá procedimento para indicação e destituição de cônsules, período de  investidura, limites éticos em sua atuação, entre outras disposições

Veja quem é a favor e quem é contra a reforma proposta:

Pela mudança

Vitorio Piffero, ex-presidente
Por que é um adianto, estamos olhando para a frente. A partir desse novo, praticamente não teremos como eleger presidente no conselho. Não é imposição, a maioria dos conselheiros vê como bom para o clube. Preserva a instituição Internacional. E o clube precisa se adequar ao Código Civil brasileiro.

Sandro Farias, conselheiro
Nitidamente a proposta que está à disposição é melhor que o estatuto atual, muito antigo. Avança na democratização do clube, é praticamente impossível o sócio não escolher o presidente, insere a questão da profissionalização de dirigentes, além de atender à legislação civil. Sempre que o Inter valorizou o associado, colheu bons resultados adiante.

Pela manutenção

Roberto Siegmann, ex-vice de futebol
A reforma, quase secreta e deliberadamente mal conduzida pela Mesa do Conselho Deliberativo, presidida pelo Ibsen Pinheiro, pavimenta o caminho para que o nosso clube tenha dono(s). Querem que o Inter fique a serviço dos mais diversos interesses de poucos. Transformaram a Assembleia-geral em mais um capítulo do processo de supressão de direitos dos sócios.

Luciano Davi, ex-vice de futebol
Não é uma reforma, é uma alteração do estatuto. Contempla tópicos interessantes, como a questão da cláusula de barreira de 85% e a possibilidade de voto pelos associados do Parque Gigante. Mas o restante é trocar seis por meia dúzia. Não contempla tudo o que queremos como grupo político, que é a profissionalização do clube. Nossa ideia, inclusive, é propor uma nova reforma, de maneira mais ampla, com a participação e avaliação do sócio.

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