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O loirinho do Rubem Berta

Em alta, Eduardo Sasha é trunfo do Inter contra o Coritiba

Meia-atacante começou na base do clube aos nove anos e hoje comemora titularidade com Abel

28/09/2014 - 10h04min

Atualizada em: 28/09/2014 - 10h04min


Leandro Behs
Leandro Behs
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Diego Vara / Agencia RBS

Eduardo começou no Inter aos 9 anos. Não demorou para que chegasse aos coleguinhas de base o apelido de guri no bairro Rubem Berta: Sasha. Hoje, com 22 anos, o meia-atacante encontrou o reconhecimento no clube do coração.

Tornou-se titular de um Inter que se firmou no G-4 do Brasileirão, que caminha para voltar à Libertadores e, caso vença o Coritiba nesse domingo às 18h30min, no Beira-Rio, pode seguir sonhando em encostar no líder Cruzeiro.

Robson Colcenti Antunes, o Xuxa, é o irmão mais velho do camisa 31 do Inter. E responsável por Eduardo ter recebido a alcunha de Sasha. Loirinho, como Eduardo, Robson, quando garoto, jogava no time do bairro, o Nova Geração, com outro vizinho famoso, Anderson, ex-Grêmio.

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Depois, seguiram os três para a equipe do Mon´t Serrat, nas cercanias do Rubem Berta. Andavam juntos em meio aos prédios do bairro, batendo bola, isto um pouco antes de o meia se tornar um dos heróis da Batalha dos Aflitos, fazer carreira no Grêmio, Manchester United e Seleção Brasileira.

Dois anos mais novo que Robson e mais jovem que Anderson, Eduardo obviamente foi apelidado pela turma de Sasha - a filha da apresentadora Xuxa.

- Este apelido nunca me incomodou. Éramos loiros e tínhamos um cabelo mais comprido. Mas certamente ela ainda é bem mais conhecida que eu. É filha de mãe famosa. Mas Sasha parece nome de jogador russo. Nome de homem, né? - diverte-se o mais novo titular do Beira-Rio.

A trajetória de Eduardo Sasha no Inter não foi das mais fáceis. Bicampeão da Libertadores, o Inter se preparava para tentar o bicampeonato do Mundial de Clubes da Fifa. Havia largado o Brasileirão de mão e só pensava na Inter, de Milão.

Sasha jogava no time sub-23, de Enderson Moreira, com Muriel, Oscar, Ricardo Goulart, entre outros. Era tido como uma pérola, quase um novo Alexandre Pato, que ascendeu aos profissionais entre a conquista da Libertadores de 2006 e o Mundial de Yokohama. O seu contrato era válido por quatro anos, com multa rescisória estratosférica, na casa dos 50 milhões de euros.

Da base, Sasha e Oscar foram incluídos na pré-lista de Abu Dhabi. Sasha acabou cortado. Então, saiu de férias com a orientação de se submeter a uma cirurgia, a fim de retirar uma proeminência óssea no calcanhar do pé esquerdo, que o atrapalhava para jogar.

Mas, na véspera da viagem aos Emirados Árabes, Glaydson se lesionou, e Sasha precisou correr para a alfaiataria que forneceu ternos para os jogadores do Inter. O guri havia sido relacionado outra vez. E agora para embarcar.

- Quando se é da base, o torcedor já espera que você suba e saia jogando, como o Pato. Mas o que me atrapalhou mesmo no começo foi ter ficado um mês e 25 dias parado, por causa da cirurgia no calcanhar - conta Sasha. - Voltei a jogar em 2011, mas somente no time sub-23, com o Enderson Moreira. Depois, em 2012, o Enderson assumiu o Goiás e me convidou para jogar com ele. Aceitei, fui bem, fiquei um ano e meio lá, e consegui voltar ao Inter - lembra o meia-atacante.

No Goiás, Sasha passou a jogar mais recuado, preparando as jogadas para a dupla de ataque: Walter e Ricardo Goulart - Iarley e Ernando também estavam lá. Voltou a jogar como gostava, mais recuado, pegando a defesa de frente, como admirava ver Rafael Sobis em ação pelos idos de 2006.

No começo da temporada, Sasha foi sondado pelo Vasco. Não foi liberado. Abel Braga queria contar com ele. A chance no time titular surgiu a partir da lesão de Jorge Henrique. Em um jogo emblemático para Sasha.

O Inter vinha de derrota para o Vitória, na abertura do returno, e precisava vencer o Botafogo, em casa. Sasha substituiu Jorge Henrique ainda no primeiro tempo. Um jogo encardido, que estava empatado em 0 a 0.

- Abel me chamou e disse: "Tu vai entrar lá e vai fazer um gol".

Não demorou para Alex fazer o 1 a 0. No início do segundo tempo, Sasha cumpriu a profecia de Abel Braga, marcou de cabeça (apesar de seu 1m73cm de altura) e correu para abraçar o treinador.

- Abel me deu confiança e eu fiz aquele gol. E um atacante só consegue jogar bem quando está confiante - ensina Sasha. - Tenho 14 gols na carreira, sete deles foram de cabeça - acrescenta.

Bater o Botafogo abriu caminho para Sasha se firmar como titular. Foi bem contra Sport, contra Atlético-PR e, na goleada sobre o Criciúma, foi o melhor em campo, marcando mais um gol - o seu segundo no Brasileirão, mesmo número de gols de Rafael Sobis no campeonato.

Sasha projeta mais um jogo consistente contra o Coritiba. Entende que o Inter tem condições de ir ao Mineirão para fazer o "jogo do ano", no dia 4, contra o Cruzeiro. Até lá, é possível que o meia-atacante tenha a seu lado um outro ex-ídolo de juventude: Nilmar.

- Só dei "oi" para ele. Nos encontramos poucas vezes desde que ele voltou. Eu tinha 17 anos e ficava torcendo por ele e vendo a sua movimentação. Será muito legal poder atuar com Nilmar - vibra Sasha.

Com quatro tatuagens espalhadas por todo o braço esquerdo, uma delas o rosto de Jesus Cristo, o orgulho do Rubem Berta ainda vive no bairro. Mora na casa dos pais, José e Iolanda, e com o irmão Robson. Dos sonhos, ainda deseja voltar ao Mundial com o Inter. Em 2010, sentado no banco, apenas assistiu ao desastre contra o Mazembe.

- Sou o mesmo cara de sempre. Estou totalmente focado em ser titular do Inter. Acho que estamos perto de voltar à Libertadores e já é uma primeira conquista. Quero muito voltar ao Mundial, jogar e ser campeão - conclui o Sasha colorado.

BRASILEIRÃO - 25ª RODADA - 28/9/2014

INTER

Dida; Gilberto, Paulão, Juan e Fabrício; Willians, Aránguiz, Alex, D'Alessandro e Sasha; Wellington Paulista

Técnico: Abel Braga

CORITIBA

Vanderlei; Norberto, Luccas Claro, Leandro Almeida e Dener; Hélder, Gil (Élber ou Martinuccio), Robinho e Alex; Joel e Zé Eduardo

Técnico: Marquinhos Santos

Arbitragem: Luiz Flavio de Oliveira, auxiliado por Emerson Augusto de Carvalho e Vicente Romano Neto (trio paulista).

Local: Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre

Horário: 18h30min

O jogo no ar: a Rádio Gaúcha abre a jornada às 18h (após o jogo do Grêmio). O Premiere transmite ao vivo. Minuto a minuto em zerohora.com/esportes

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