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Fora dos gramados

Muriel, goleiro do Inter: "A lesão foi uma fatalidade"

Jogador ficará parado por um mês devido a problema na virilha sentido no jogo contra o Botafogo

18/09/2014 - 21h17min

Atualizada em: 18/09/2014 - 21h17min


Leandro Behs
Leandro Behs
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Em casa, Muriel passa o tempo tomando chimarrão e jogando videogame

O Brasileirão para Muriel durou exatos 45 minutos. Destaque do Inter no primeiro tempo da vitória sobre o Botafogo, com três defesas difíceis, ele se lesionou ao cobrar um tiro de meta. Sofreu estiramento no músculo adutor esquerdo, quase na virilha.

E logo quando havia se tornado titular. Era o seu oitavo jogo na temporada. Até 15 de outubro, os seus dias serão de uma monótona rotina: três turnos de fisioterapia, em casa e no CT.

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Os dias passam com a leitura de Educando Meninas, livro do médico James Dobson, para se relacionar ainda melhor com a filha Maria Eduarda, de nove anos, além de jogos com o Inter no Fifa 14.

Zero Hora esteve no apartamento do goleiro, no bairro Tristeza, zona sul de Porto Alegre, e Muriel contou que a lesão foi fatalidade, demonstrou esperança em retomar a posição quando tiver condições de voltar, elogiou o amigo Dida, disse ter no exemplo do gremista Marcelo Grohe uma motivação, e revelou que se emocionou ao deixar o gramado sob aplausos dos torcedores.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

O que passou pela sua cabeça no momento da lesão?

Confesso que nem tive tempo de avaliar muita coisa. Fui bater o tiro de meta e ouvi um estalo muito forte, seguido de dor. Pensei: "Não vou sair". Em 14 anos de futebol, jamais havia saído lesionado. Alex chegou perto e me pediu calma. Como a placa dos acréscimos já havia subido, tentei ficar até o intervalo, para tentar voltar ou para deixar o Dida se aquecer melhor. Não deu. Logo reiniciaram o jogo e me jogaram a bola, dei dois passos e quase morri de dor. 

A lesão pode ter ocorrido pela falta de ritmo de jogo, estresse, algo assim?

Os médicos disseram que foi fatalidade. Como não vinha jogando, estava muito bem treinado e com uma preparação física ótima. A lesão ocorreu de uma hora para a outra. Mas dói até para mancar. 

Como tem sido a fisioterapia?

São três turnos de gelo e dois de ultrassom. O ultrassom, faço no clube. O gelo, consigo fazer também em casa, à noite. No CT, estou com Luque (recém-operado do púbis) e Winck (lesão na coxa direita), meus parceiros de fisioterapia. Mas o Winck está de saída, liberado para voltar. 

Foi azar? Ter se lesionado logo na partida em que você virou titular?

Não acredito nisto. Fiquei muito feliz por voltar ao time. Não jogava desde 16 de março (Lajeadense 0x1 Inter). Abel disse que eu sairia jogando contra o Botafogo porque eu estava merecendo isto há tempos.

E como foi com Dida?

Dida é um baita cara. Me passou tranquilidade para o jogo contra o Botafogo e me desejou boa sorte. Ele é um exemplo, um goleiro que jogou Copa do Mundo e que ganhou tudo na vida.

Marcelo Grohe serve como inspiração? Ele passou um ano na reserva, de Dida, curiosamente, e agora vive o melhor momento da carreira.

Marcelo é meu amigo. Doze anos atrás, vínhamos na mesma van, ele de Campo Bom, eu de Novo Hamburgo, para treinar em Porto Alegre. Ele desembarcava no Olímpico, eu no Beira-Rio. Me inspiro não só na trajetória dele, mas na de todo o goleiro que precisa estar sempre pronto para jogar. A chance surge quando você menos espera. 

Em 2013, Muriel foi dos poucos a se salvar do desastroso Brasileirão do Inter, mas o torcedor sempre pareceu ter um certo ranço contra você. A boa atuação contra o Botafogo pode ter apagado um pouco isto? 

O ano passado foi muito difícil para todos nós. É difícil você ter um feedback do que pensa o torcedor, estando no banco de reservas. Mas fico com a lembrança que me deixou com um nó na garganta: os torcedores me aplaudindo enquanto deixava o gramado, lesionado. 

Você teve sondagens para sair neste meio de ano?

Houve sondagens, sim. De clubes do Brasil e do Exterior. O Inter é minha segunda casa, tenho contrato até 2017, mas quero jogar. Quero fazer história no futebol, quero sonhar com a Seleção e, para isto, preciso estar bem e jogando.

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