Com um telefonema do empresário Orlando da Hora perto da 1h da madrugada de segunda para terça-feira, o presidente Giovanni Luigi pôs fim a uma espera de mais de 50 dias. A conversa de alguns minutos organizava aquele que seria o encontro derradeiro para a concretização de um sonho de, no mínimo, dois anos: o retorno do atacante Nilmar, 30 anos, ao Beira-Rio.

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Em um hotel no bairro Moinho de Vento, na zona norte de Porto Alegre, uma reunião entre Luigi, Da Hora, o advogado do Inter Felipe Dallegrave, o advogado de Nilmar, André Ribeiro, e o contador do jogador sacramentou uma difícil negociação. Para trazer pela segunda vez o ex-camisa 9 para o Beira-Rio, foi preciso paciência, diversas reuniões, inúmeras cedências de ambas as partes e pulso firme. Principalmente, do presidente Giovanni Luigi.

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Desde antes da rescisão de Nilmar com o Al-Jaish, do Catar, Luigi já havia conversado com Nilmar. Encontraram-se, sem querer, em um restaurante da Capital nas férias do atleta. Quando o site do clube catari divulgou a quebra do vínculo, ao final de julho, houve um alvoroço no Beira-Rio e um turbilhão de mensagens de diretores e ex-companheiros de clube passou a pressionar Nilmar.

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O Inter tinha de apresentar ao atacante uma oferta sedutora, uma vez que Cruzeiro, Corinthians e até um clube da Índia tinham interesse no atacante. Por três meses, um clube do futebol indiano ofereceu US$ 1 milhão (R$ 2,33 milhões) pelo vínculo do jogador. As cifras apresentadas pelo atual campeão brasileiro balançaram Nilmar. Luigi utilizou-se da informação de conhecidos em Minas Gerais de que o Cruzeiro faz uma espécie de rodízio para pagar os salários de suas estrelas e usou esse argumento para derrubar a investida mineira.

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A pressão familiar para atuar em Porto Alegre foi fator decisivo para o "sim" de Nilmar. Enquanto aguardava o retorno do atacante a Porto Alegre - ele passou parte das férias no interior do Paraná, com familiares -, o Inter tratava de conferir todos os detalhes do distrato do atacante com o Al-Jaish, a fim de evitar futuros dissabores burocráticos quando recontratá-lo. Em contrapartida, Da Hora consultou amigos no Inter para saber como se encaminha o futuro político do clube. Detalhista, procurou se informar sobre como deverá ser o biênio 2015/2016 no Beira-Rio para não ser surpreendido por conta do contrato longo, que já foi assinado ontem.

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Após uma série de especulações, Luigi tornou público o interesse no atacante na quinta-feira passada. As reuniões e os telefonemas entre o presidente e Orlando da Hora já eram constantes. Quase diárias. Um rodízio de negociações entre Luigi, o vice-presidente Marcelo Medeiros e o diretor Roberto Melo foi organizado com o intuito de não serem criadas contendas pessoais. Sexta, Luigi propôs um recuo nas tratativas. Um dia depois, o advogado do jogador, André Ribeiro, azeitou as últimas questões contratuais em uma reunião com o jurídico do Inter em pleno Beira-Rio.

O vínculo de Nilmar com o Inter será de 39 meses. Os três que restam na atual temporada, mais os três anos subsequentes. Receberá na casa dos R$ 430 mil mensais, mais luvas até dezembro de 2017. Vestirá a camisa 7, que era de Otávio, e ontem à tarde já trabalhava com o preparador físico Élio Carravetta no CT do Parque Gigante . A data de apresentação segue indefinida, bem como a estreia no Brasileirão. Se tudo correr como o esperado, pode ser diante do Cruzeiro, dia 4 de outubro.

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