Inter



Eleição colorada

Piffero e a disputa para a presidência do Inter: "Em 2012, não estava preparado para voltar"

Candidato fala em reciclagem como figura política do clube e aponta união como fator decisivo para concorrer

01/11/2014 - 08h52min

Atualizada em: 01/11/2014 - 08h52min


Alexandre Ernst
Alexandre Ernst
Enviar E-mail

Não deixe de conferir a página do #ColoradoZH de cara nova: http://zh.com.br/inter
*ZHESPORTES

Júlio Cordeiro / Agencia RBS
Piffero lançou sua candidatura ao cargo de presidente colorado na sexta-feira

Apoiado por mais de 200 conselheiros, o ex-presidente do Inter Vitorio Piffero lança-se mais uma vez à disputa da principal cadeira do clube com um pensamento de, segundo ele, união.

Diz ter usado os quatro anos em que esteve longe da gestão do clube para se reciclar, descansar e, também, preparar-se para voltar ao protagonismo do futebol. Presente nos principais títulos da década passada no Inter, Piffero afirma que pretende buscar, novamente, campeonatos de expressão.

Medeiros e a eleição do Inter: "Conceito de que foi tudo ruim é equivocado"
Siegmann e a eleição do Inter: "Sou uma alternativa de efetiva mudança"

Valoriza os quatro estaduais e os Gre-Nais vencidos na gestão Luigi, mas quer mais. Nesta entrevista a ZH, saiba o que pensa o candidato da Chapa 02:

Esses quatro anos sabáticos lhe fizeram bem, o senhor parece mais calmo, mais leve.

Vitorio Piffero - Sem dúvida. O Inter me fez um bem danado, mas o Inter consome seus dirigentes. A dedicação é permanente, total. Esses quatro anos foram sabáticos porque me preocupei em me reciclar, deixar a gestão do Giovanni mostrar a que veio. Hoje estou bem mais leve, não quer dizer que ganhando as eleições não retorne a vida que era.

Há dois anos, o senhor entrou na chapa de Luiz Antonio Lopes como vice de futebol. Por que não concorreu diretamente para a presidência?

Vitorio Piffero - Em 2012, eu não estava preparado para voltar. Coloquei meu nome à disposição porque entendia que poderia ajudar e tinha o escape de, no momento em que eu quisesse, dizer que estava saindo. Não estava preparado para ser candidato, ainda estava cansado dos nove anos de gestão, fui vice de finanças, vice de futebol e presidente. Coloquei meu nome à disposição porque vi nesta grande coalizão uma oportunidade de sucesso. Se não houvesse essa coalizão não sei se seria candidato. Se você falar com todas as pessoas, meus filhos não sabiam até ontem que eu seria candidato. Fechamos com o Convergência e eu segurei a informação. Eu tinha de acreditar no projeto, que passa por esta grande união. Temos de fazer essa união dar certo. Estamos prontos.

Muito se fala em união. Nos bastidores, Fernando Carvalho teria tentado unir o clube, o Inter Grande, os demais movimentos. Por que não foi possível?

Vitorio Piffero - Já havia cobrado esta questão do Giovanni. Tem de partir do presidente esse chamamento, não de uma pessoa, não de grupos. E o Giovanni não fez isso por motivos dele, tem de ser perguntado a ele. O Fernando tentou, não conseguiu. Nós, através dos coordenadores, construímos uma oportunidade. Isso aqui é uma oportunidade para o Internacional, na minha visão. Pela qualidade e quantidade de pessoas que farão parte da gestão. Já disse isso para todos do grupo: não temos mais movimentos, temos um projeto de gestão. Quem faz parte disso? Todos que quiserem. Nós já criamos um enlace, mas outros podem participar. Não falarei mais "o grupo tal, o grupo tal...' falarei do grupo que está disposto a, juntos, fazer uma grande gestão.

Qual o papel do Fernando Carvalho nesta união e até mesmo na gestão?

Vitorio Piffero - Fernando é um grande colorado, o maior presidente da história do Inter. Ele conseguiu fazer essa união em 2002, herdei essa união, toquei mais quatro anos. Fernando é um exemplo. Por uma questão profissional, está fora do clube. Mas é meu amigo, entende de futebol demais e, por ser colorado, quando quiser, a hora que eu quiser, vou falar com o Fernando. Vou deixar bem claro: a gestão não é Fernando Carvalho. A gestão é nossa, se passarmos, se ganharmos. Ele vai nos ajudar sempre que eu pedir.

E dentro do campo? O senhor tem um líder chamado D'Alessandro...

Vitorio Piffero - Ele se incorporou de uma forma tal ao espirito do Inter, que além de ser o capitão, é modelo do time. Ele define jogos ou dá a definição para seu companheiro. Gre-Nal, então, nem pensar em falar, é um terror. Para mim, se tivessemos 15 D'Alessandros, seria maravilhoso. Claro, um time se faz com uma mescla de jogadores. D'Alessandro é fundamental, foi uma grande e excelente contratação que fizemos, eu e Fernando, em 2008.

O que o senhor pensa em relação ao vestiário? Qual o estilo de vestiário de sua gestão?

Vitorio Piffero - O treinador escala. Se eventualmente o vice de futebol não quer contar com um jogador ou não quer que ele escale, só tem uma maneira: tirar o jogador do vestiário. O treinador tem total autonomia para escalar os jogadores. Claro que se conversa com o treinador, se coloca pontos de vista, mas a definição é do treinador. A direção de futebol tem a obrigação de estar ali no dia a dia, ajudar o treinador e ter o controle do vestiário. Até para ajudar o treinador em eventuais situações. É uma dedicação permanente, diária, saber tudo o que está acontecendo. Apesar de ser o contratante do treinador, tem de reconhecer autonomia. Mas o treinador tem de saber que é um contratado daquela gestão. É uma coisa fácil na minha visão: tem hierarquia, mas quem determina o rumo da situação é a parte política do clube.

E o perfil do vice-presidente de futebol?

Vitorio Piffero - Tem de se adaptar ao vestiário, conhecer o futebol. Como eu falei, posicionamento de estar atento, ter autoridade. Não precisa conhecer tanto futebol como o treinador, tem de conhecer um pouquinho. Eu era reconhecidamente um vice-presidente que não conhecia futebol, mas me tornei um homem que botou faixa no peito e taça no armário. O vice de futebol tem de ter o pulso necessário e saber conviver naquele ambiente super restrito, mas que tem 50 pessoas no mínimo. É o equilibrio que faz com que o vestiário funcione.


Foto: Arte ZH


MAIS SOBRE

Últimas Notícias