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Experiência repetida

Jorge Fossati: "Se Piffero contratou outro uruguaio, é porque meu trabalho não foi ruim"

Técnico colorado de 2010 comenta sobre a contratação do compatriota e a chegada de De Arrascaeta

22/12/2014 - 16h26min

Atualizada em: 22/12/2014 - 16h26min


Leandro Behs
Leandro Behs
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Em entrevista a ZH, em outubro, Aguirre já mostrava intenção de treinar um time brasileiro. Confira:



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Diego Vara / Agencia RBS

Técnico do Inter em 2010, o uruguaio Jorge Fossati foi a aposta de Vitorio Piffero para a Libertadores. Perdeu o Gauchão, mas conduziu o time até a semifinal do torneio sul-americano.

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Foi substituído por Celso Roth, no recesso da temporada por causa da Copa do Mundo, antes da semifinal contra o São Paulo, e após uma derrota para o Vasco (de Roth), de virada, em São Januário, em jogo válido pelo Brasileirão. Aos 62 anos, o treinador uruguaio saúda a contratação do compatriota Diego Aguirre pelo Inter.

Nesta entrevista a Zero Hora, ele dá algumas dicas e orientações ao novo técnico. Uma delas, estudar a mentalidade do jogador brasileiro, tentar compreendê-la rapidamente. Fossati também elogia o novo reforço colorado, o uruguaio Giorgian de Arrascaeta, e diz que D’Alessandro poderá ser o professor dele no Inter.

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A seguir, os principais trechos da entrevista, por telefone, direto de Montevidéu:

Quatro anos depois, o Inter volta a apostar em um uruguaio para comandar o time na Libertadores. O que o senhor achou da escolha de Diego Aguirre?

Está acima da nacionalidade. Diego já jogou no Brasil, tem experiência com treinador, dirigiu times no Equador, no Catar, clube grande do Uruguai… Se o Inter foi atrás dele é porque viu qualidades para o momento.

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De alguma forma, Aguirre segue seus passos como técnico. O senhor também passou pelo Equador, Catar, Peñarol e, agora, ele pega o Inter.

Casualidade. Ele é de uma geração posterior à minha. Quando a gente trabalha fora do país, vira uma espécie de embaixador do Uruguai. Fico feliz de abrir caminho para meus conterrâneos. E fico mais feliz porque o presidente é o Vitorio Piffero de novo. Se ele buscou de novo um uruguaio, significa que meu trabalho não foi tão ruim assim, né? Se não, ele não teria contratado de novo um técnico do Uruguai.

O que o senhor pode nos dizer sobre os times de Aguirre?

Para conhecer bem um técnico é preciso ter jogado com ele ou ter sido atleta dele. Não tive este prazer. Mas Diego tem se caracterizado por armar times fortes em contra-ataques. Equipes com forte marcação a partir de meio-campo, com roubadas de bola e saídas rápidas ao gol adversário. Mas tudo dependerá do elenco que ele encontrará no Inter. É o técnico quem se adapta ao elenco.

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Quais as dificuldades que o senhor encontrou no Inter e que dicas daria a Diego Aguirre?

Não encontrei dificuldades, além das normais. Um estrangeiro é mais exigido que um treinador local. Mas isto acontece em todo o lugar. Por alguma razão, te escolheram, por ter algo especial. Você precisa estudar as características e a mentalidade do jogador brasileiro. Ele é bem diferente do jogador uruguaio, por exemplo, desde a forma de treinar. O brasileiro tem que ser muito puxado, estimulado nos treinos para dar 100%. Caso contrário, ele não vai render tudo o que você quer, nem no treino nem no jogo. Tive bons profissionais no Inter e, outros, nem tanto. Muitas vezes eu tinha que falar bastante com eles para que entendessem que vida do profissional tem que ter foco para que ele possa render tudo nos jogos…

O senhor conhece bem De Arrascaeta. Acredita que ele poderá ter sucesso no Inter?

Ele é mais brasileiro que uruguaio. Tem muita técnica e gosta de conduzir a bola, de provocar o drible, este tipo de jogada que não é normal do jogador uruguaio.

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Poderá se dar bem ao lado de D’Alessandro?

Com D’Alessandro como mestre, vai se adaptar muito bem ao Inter. Tem qualidades de sobra, só precisa se adaptar ao Brasil e ao que Diego (Aguirre) quiser para ele. A primeira providência precisa ser tomar um bom chimarrão com Andrés (D’Alessandro), a fim de ouvir toda a experiência de D’Alessandro no Inter. É um grande garoto e vai ajudar muito. Arrascaeta precisa se deixar ajudar por D’Alessandro. São dois jogadores que têm tudo para ir bem atuando lado a lado. Minha dica seria que os dois atuassem com grande liberdade no meio-campo. Arrascaeta joga mais à frente. Deixo-o solto e ele mostrará toda a qualidade que tem.

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O senhor foi à Justiça para receber do Inter (cerca de R$ 2 milhões para toda a comissão técnica, após a demissão, em 2010). Está tudo certo agora?

Tudo resolvido. Só não gostei de receber pela Justiça. Fiquei aborrecido, mas agora está tudo certo. Sigo com o mesmo sentimento pelo Inter e sigo torcendo pelo clube. Fui ao Beira-Rio, em abril (era o treinador do Peñarol, em abril, na partida de reinauguração do Beira-Rio), e me comportei bem, ganhei o carinho da torcida. Seria sacanagem da minha parte me comportar diferente, com todos os aplausos que recebi.

Quais são os seus planos para 2015?

Vou esperar até junho, descansar. Depois, deverei assumir um time no Catar.

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