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Na marca do pênalti

Comentaristas opinam: o Inter deve atuar com dois ou três volantes?

Principal dúvida no time de Diego Aguirre é analisada por Diogo Olivier, Maurício Saraiva, Wianey Carlet e Cleber Grabauska

28/01/2015 - 08h02min

Atualizada em: 28/01/2015 - 08h02min


Diego Vara / Agencia RBS
Nilton ou Willians podem deixar a equipe para torná-la mais ofensiva

Um dos principais dilemas deste início de temporada no Beira-Rio já foi vivenciado no ano passado. Jogar com dois ou três volantes. Em 2014, faltava uma parceria à altura de Aránguiz e Willians para que a dúvida persistisse por mais tempo. Neste ano, porém, com a chegada de Nilton, as opiniões se dividem sobre a melhor formação.

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Confira a opinião de comentaristas do Grupo RBS sobre a formação do meio-campo colorado:

Diogo Olivier / diogo.olivier@zerohora.com.br

Nilton com Aránguiz seria mais interessante

Tenho dificuldade para responder a esta pergunta. Não considero Aránguiz um volante. Ou não apenas volante. Entrevistei Jorge Sampaoli, seu técnico no Chile. Ele o chama de múltiplo. Entende que é errado e reducionista rotulá-lo desta maneira. Então, onde estão os três volantes, se um deles não se encaixa neste perfil de mero destruidor, ao ponto de ter nos gols uma de suas rotinas?

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A questão central do Inter é resolver o drama do lentidão. Diego Aguirre terá de optar por velocidade no time. Aguirre parece ter revogado uma ideia que vigorou por muito tempo com Abel Braga, a de escalar só jogadores de cadência mesmo quando o titular era Rafael Moura.

Era a lerdeza total. Garçons em um restaurante vazio. Meias sem ter a quem servir. O outro veloz deve ser Vitinho, centralizando D'Alessandro e deixando Alex na reserva. D'Alessandro e Alex juntos em 2009 era uma imposição. Hoje, ambos com mais de 30, não. Há lugar para um só, no time ideal: o argentino.

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O desafio de Diego Aguirre é não perder força de marcação no 4-2-3-1 com estas características, garantindo disciplina tática na recomposição. Haveria espaço, respondendo a pergunta sob protestos filosóficos, para dois "volantes", no caso Nilton e Aránguiz.

É uma formação que o Inter deveria experimentar. Não sou dogmático. Não é sacrilégio optar por Aránguiz mais adiantado, dependendo das circunstâncias e do adversário.

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Fora de casa, talvez. Fica um time mais posicionado, de toque, mas com duas grandes diferenças em relação ao ano passado: Nilmar será outro, recuperado e com ritmo. E ao menos um veloz (Sasha) estará ao seu lado. Não seriam "três volantes" numa equipe tão lenta como a de Abel em 2014.

Maurício Saraiva / mauricio.saraiva@rbstv.com.br

Empobrecer o meio não dá mais segurança

O futebol mais bonito e ofensivo jogado no mundo está na Europa. Quem há de discutir depois de ter visto a Alemanha golear o Brasil e vendo a cada rodada da Liga dos Campeões times como Bayern, Real Madrid e Barcelona goleando e goleando?

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Pois bem; os três times citados jogam com só dois volantes e adiante deles meias e atacantes talentosos com função defensiva quando perdem a bola. Já a seleção alemã é a exceção para confirmar a regra. Os três volantes da Alemanha são tão qualificados, Khedira, Scheweinsteiger e Kroos, que deixar qualquer deles de fora seria um erro.

Não é o caso do Inter deste início de ano. Não é bom o modelo que empurra Aránguiz para frente em nome de uma suposta segurança defensiva que seria proporcionada por Nilton e Willians. Na verdade, empobrecer tecnicamente o meio-campo não é garantia de sofrer menos gols.

O treinador sinalizou sua preferência por três volantes, mas seria bom que abrisse a mente para outros desenhos. Devolver Aranguiz ao seu lugar e atribuir funções defensivas, por exemplo, a Vitinho, Sasha e Nilmar, um ataque poderoso e capaz de recompor sem a bola. Sem esta recomposição, não há como dar certo. Mas vale muito experimentar.

Wianey Carlet / wianey.carlet@zerohora.com.br

Bastaria alinhar Willians e Nilton

Discutir a escalação de três volantes no Inter, considerando Aráguiz um dos três, é partir de uma premissa equivocada. Aránguiz não é volante, nem primeiro e nem segundo. O chileno é um meia-armador com disposição para recuar e auxiliar nas tarefas de contenção se assim impor o adversário.

Mas não convém desconsiderar seu drible, ímpeto ofensivo e capacidade de finalização para posicioná-lo no seu campo defensivo, longe da zona de definição. Sendo assim, Willians, Nilton e Aránguiz podem, sim, jogar juntos.

Bastaria alinhar Willians e Nilton completando uma linha recuada de quatro jogadores, incluindo os laterais. Adiante, compondo a zona de organização, Aráguiz e D´Alessandro. E no ataque, Nilmar e Vitinho (talvez).

O uso de três volantes foi aplicado por Renato Portaluppi. E como o Grêmio fez boa campanha, instalou-se no futebol gaúcho uma certa preferência por armar o time com três volantes. No caso do Grêmio, os três volantes eram apenas dois. O terceiro, Ramiro, funcionava como um elo entre o meio-campo e o ataque. Não cumpria a função de centromédio.

No Inter, como em qualquer equipe, jogar com três volantes de contenção significa posicionar-se defensivamente atraindo o adversário sobre o próprio campo. Não é bom negócio. Mas se quiserem continuar lidando com Aránguiz como sendo um volante, então eu digo que Diego Aguirre pode, sim, escalar sua equipe com três volantes. Mesmo que sejam apenas dois.

Cleber Grabauska / cleber.grabauska@rdgaucha.com.br

Aránguiz precisa ser mais um meia

Mesmo que a atuação de sexta contra o Shakhtar tenha sido muito abaixo do esperado, penso que o trio Nilton, Aránguiz e Willians deve permanecer no time. Porém, em situações diferentes.

Nilton e Willians precisam priorizar a marcação, e Aránguiz poderia render muito mais atuando como um meia com liberdade para se somar ao ataque, deixando de ser um volante tradicional para assumir a função de um meia com maior liberdade e movimentação.

Definir as funções desses três passa a ser fundamental para equilibrar o meio-campo, fortalecer a defesa e também para desincumbir D´Alessandro de funções defensivas e de recomposição.

Caso Aguirre queira manter a escalação de sexta, seria providencial mexer nas posições de D'Ale e Aránguiz. O argentino precisa jogar mais próximo do ataque, perto de Nilmar. E Aránguiz, com mais pulmão, fazendo a ligação do meio entre as duas intermediárias. E até mesmo com uma possível mudança de desenho tático, com a volta do 4-4-1-1,possibilita a utilização dos três volantes.

E, por questão de preservação, seria muito mais importante neste momento acertar primeiro o sistema defensivo para depois buscar soluções ofensivas, onde teoricamente o time tem mais opções com a inclusão dos nomes de Alex, Valdívia e Vitinho que está chegando.

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