Paixão Colorada
Zé Victor Castiel: quem foi rei sempre será majestade
Recebemos ontem no Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, a visita ilustre do Professor Ruy Carlos Ostermann. Sua ida até o programa seria para divulgar o lançamento do oitavo volume da coleção literária "Encontros Com o Professor". Digo "seria" porque acabou se tornando um grande acontecimento. Ruy foi o condutor do Sala por mais de uma década e, ontem, sentou-se à mesa com a desenvoltura e maestria de sempre
Foi reverenciado por todos, como não poderia deixar de ser. A figura do Ruy se confunde com a história do futebol escrita nas últimas cinco décadas. Imaginem que ele já estava presente na Copa de 1962, quando o Brasil tornou-se bicampeão.
Dali em diante, não faltou a mais nenhuma Copa e sempre comentou com propriedade e leveza, fazendo com que os ouvintes depositassem enorme credibilidade às suas opiniões. Ruy, para mim, equipara-se a Nelson Rodrigues na crônica esportiva. Isso porque sempre manteve um estilo próprio, demonstrando erudição, sem deixar de ser didático.
No seu habitat
Pois ontem, o Ruy teceu comentários, formulou alguns enunciados e quase se esqueceu de divulgar o lançamento do livro. Fiquei observando o professor e constatei que é verdadeiro o ditado: "quem foi rei sempre será majestade". E pensei, por um instante que, sentado ali, diante do microfone da Gaúcha, estava uma pessoa em seu habitat, num lugar de onde jamais deveria ter saído. Mas o tempo passa...