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Venda de sacolé, tragédia na família e busca por afirmação: conheça o meia Marquinhos do Inter

"Marquinhos é um atleta altamente comprometido com o que tem sido trabalhado. É exigente consigo mesmo", afirma Carlos Pellegrini

13/02/2016 - 13h01min

Atualizada em: 13/02/2016 - 13h01min


Alexandre Ernst
Alexandre Ernst
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Ricardo Duarte / Inter

Mais do que confirmar a expectativa do Inter, Marcos Antônio da Silva Gonçalves, o Marquinhos, tem um desafio pessoal. Ainda que tenha defendido Palmeiras, Flamengo e Cruzeiro - tendo conquistado um título brasileiro no grupo de Marcelo Oliveira - é momento de ser protagonista aos 26 anos, desta vez no Beira-Rio. Até agora, apenas nas três vezes em que defendeu o Vitória o seu futebol apareceu por inteiro.

Bicampeão baiano, o reforço apresentado com a camisa 7 no início de janeiro conhece o Barradão como poucos. Sete jogos separaram o meia de alcançar 200 partidas com a camisa que já foi de Petkovic e de Bebeto. Nos seis anos em que defendeu o clube nordestino, foram 58 gols. Quando despontou entre os profissionais do Vitória, aos 19 anos, após cinco anos nas categorias de base do clube, era tido como grande promessa. Suas boas atuações no time de Vagner Mancini lhe renderam uma convocação para a seleção sub-20 que disputaria o Sul-Americano de 2009. Uma lesão o impediu de participar do torneio. E, desde então, A carreira foi de altos e baixos.

- Ninguém por aqui entende por que ele não deslanchou. Surgiu bem em 2008, com o William Santana. Acabou vendido para a Traffic, foi para o Palmeiras. Acreditávamos que seria questão de tempo para que fosse para um grande clube da Europa. Um grande erro - aponta Gabriel Rodrigues, repórter do jornal Correio, de Salvador - A crítica pela falta de regularidade sempre existiu, mas até hoje o torcedor do Vitória sente a saída do Marquinhos. Se voltasse, estaria nos braços do povo.

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Duas mortes trágicas na família podem ter provocado a instabilidade na carreira do meia. Em 2008, morreu um de seus irmãos, Edmundo, vítima de um assalto. A fatalidade marcou o meia de tal maneira que só depois de muito tempo voltou a comemorar seus gols. Os rubro-negros abraçaram o atleta. Em reconhecimento ao momento difícil, passaram a chamá-lo de "artilheiro triste". Quatro anos mais tarde, no fim de 2012, outro irmão, Geraldo, perdeu a vida em um acidente de carro, na estrada que liga Salvador a Prado, cidade onde nasceu.

Ex-companheiros acreditam que as perdas ajudaram no amadurecimento do jogador. Ele passou a promover partidas beneficentes em Prado. Uma forma de reconhecimento ao que a cidade a pouco mais de 800 quilômetros da capital baiana proporcionou à sua vida. Na localidade de cerca de 30 mil habitantes, Marquinhos deu os primeiros chutes antes de se tornar profissional. A mãe acreditava que o menino perambulava pelas ruas vendendo sacolé para auxiliar na renda da família. Ilusão. Enquanto o picolé caseiro derretia na calçada, o guri corria e almejava um lugar ao sol no mundo da bola.

- Mesmo com tudo o que passou, ele é um cara brincalhão, que acrescenta no grupo. Vivemos bons momentos no Cruzeiro. É um jogador de lado que tem muita qualidade e dá muitas assistências. Finaliza muito bem que pode acrescentar muito ao grupo do Inter por, mesmo novo, ser bastante experiente - relata Leandro Damião, parceiro de ataque de Marquinhos no Cruzeiro em 2015.

Marquinhos poderia ter desembarcado em Porto Alegre ainda em 2014. Após marcar um dos gols contra o Inter no Mineirão, pelo Brasileirão, e ter atuação de destaque ao lado de Marcelo Moreno, seu nome passou a integrar o caderno de observações de Jorge Macedo. Os valores que o Inter teria de desembolsar impediram a transferência. Como o Inter desejava se livrar de Fabrício e Marquinhos não seria utilizado na Toca da Raposa na temporada, o troca-troca apareceu como uma ótima operação em relação a custo benefício. Na última quinta-feira, contra o Passo Fundo, Marquinhos entrou na vaga de Anderson no meio de campo. Argel definiu a oportunidade como merecimento ao esforço do jogador nos treinamentos no CT do Parque Gigante.

- Marquinhos é um atleta altamente comprometido com o que tem sido trabalhado. É exigente consigo mesmo. Está feliz em estar no Internacional - destaca o vice de futebol Carlos Pellegrini.

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