Uma análise superficial da performance do Internacional nas duas primeiras décadas do século 21 remete-nos a algumas dúvidas e reflexões. Primeiro, um período de acertos e pródigo em conquistas e títulos importantes. Foi no início do século, não tão distante, que o Colorado conquistou duas vezes a América e uma vez o mundo. Foi duas vezes campeão da Recopa Sul-Americana, além de participações importantes em vários eventos internacionais.

Em nível regional, o Colorado sempre foi muito bem. Depois, um período onde foi declinando das possibilidades internacionais e contentando-se com as conquistas regionais. Triunfos em torneios ou campeonatos no âmbito nacional inexistiram. Posso me enganar, mas tudo isso tem a ver com a política do clube. 

Não sou enfronhado nas coisas internas do Internacional. Sou torcedor, sócio e, com orgulho, cônsul cultural. Minha experiência como diretor do clube aconteceu em 1985, quando participei do Departamento Jurídico. Talvez isso é que tenha determinado que nunca pleitearia ou aceitaria um cargo de direção ou uma investidura como conselheiro.

Correntes políticas

Sendo assim, por total desconhecimento do meandro, é que fico sonhando com um Internacional que seja somente um enorme clube e que não sirva como carinho ao ego dos participantes de correntes políticas.

É sintomático ver que o Inter anda se apequenando e que tenha beijado a lona justamente por má gestão.

Gosto muito do presidente Marcelo Medeiros e acho que ele pode ser o comandante de uma virada histórica nos destinos do clube.

Sou um observador contumaz e percebo, claramente, colorados criticando ou elogiando de acordo com as diretrizes de seus grupos políticos. Basta dar uma olhada nas redes sociais. Talvez seja utopia, mas seria muito legal ver todos os pró-homens do clube trabalhando por um só objetivo: o resgate da grandeza do Inter.