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Clássico 415

Já passei por isso: ex-jogadores dão dicas para Inter sair da má fase no Gre-Nal

Christian, Claiton e o ex-técnico Muricy Ramalho falaram sobre o momento colorado

20/03/2018 - 07h34min


Isadora Neumann / Agencia RBS
Odair Hellmann tenta reverter marca negativa em clássicos

Bem antes de o Inter ficar 848 dias e seis Gre-Nais sem vencer um clássico, marca atingida depois do 3 a 0 de domingo, na Arena, houve uma barreira que parecia instransponível para os colorados. Entre 13 de junho 1999 e 9 de fevereiro de 2003, o Grêmio enfileirou 13 clássicos e 1.337 dias sem perder para o rival. 

A série foi quebrada em um fim de tarde de domingo, não sem antes o primeiro tempo dar a pinta de que ela aumentaria para 14 Gre-Nais. Tinga, na época tricolor, havia feito 1 a 0, em passeio azul no Olímpico. No intervalo, no entanto, Muricy Ramalho, estreante no clássico, mudou o time e a história ao colocar Cleiton Xavier. Com gol de Vinícius e Daniel Carvalho, virou o jogo.

— Quando a fase do adversário é muito boa, como agora, é difícil mesmo quebrar isso (série). Mas, para voltar a ganhar, é preciso estar indignado, p. mesmo. Não pode só aceitar. Respeita, sim, mas não aceita. Me parece que o Inter está respeitando demais o Grêmio. Parece faltar ao time atual a pegada de anos atrás — detecta Muricy.

Campeão gaúcho naquele ano, Muricy lembra que a situação do clube naquela temporada era semelhante à atual: havia pouco dinheiro em caixa, o time estava em reconstrução e havia escapado por milagre do rebaixamento meses antes.

— Em 2003, fizemos reformulação completa, com uma equipe cheia de jovens. O Grêmio tinha um time muito forte, com Danrlei, Ânderson Lima, Polga, Roger, Tinga e Luís Mário. Para dar a volta por cima é preciso ter humildade para reconhecer que o moral do Grêmio está lá em cima, mas, insisto, é preciso ter indignação. Gre-Nal não pode ter favorito, mas me parece que o Inter está respeitando demais o Grêmio — alertou Muricy. 

Um dos meias do Inter naquele Gre-Nal, Claiton recorda que a diferença entre as duas equipes também era grande. Mas ele aponta uma diferença entre o Inter de 2003 e o atual:

— Éramos um time de emergentes com um treinador igualmente emergente. Quase todos eram jovens jogando pelo prato de comida. O Inter da época não tinha o dinheiro e o investimento de hoje. Me parece que os jogadores da equipe atual não têm a necessidade de jogar a vida, a carreira em um Gre-Nal, como nós tínhamos.

Ainda tentando se reconstruir de 2016, o Inter viu até mesmo o seu patrimônio nos Gre-Nais afetado. Para o ex-centroavante Christian, personagem de momentos distintos do clássico pelos dois clubes, o momento é de a direção blindar o vestiário. Ele entende que, mesmo D'Alessandro tomando a frente e falando em nome do grupo, falta a chancela oficial:

— D'Alessandro fez essa blindagem, mas ele é jogador, não é diretor. Os dirigentes precisam proteger os jogadores e o Odair, garantir a manutenção do trabalho. Essas duas derrotas não podem cair na conta de uma pessoa só.

Nessa quarta-feira, no Beira-Rio, o Inter de Odair Hellmann tentará mostrar reação perante o rival. Quebrará a nova sequência gremista ou irá para o sétimo clássico e 850 dias sem vitória. 

Frases

MURICY RAMALHO

MURICY RAMALHO

EX-TÉCNICO E COMENTARISTA DO SPORTV

Em um momento como este, para dar a volta por cima, é preciso entrar na cabeça dos jogadores, mostrar a eles que é possível vencer. Falar mais forte, falar mais um pouco mais alto no vestiário. Só a parte tática e técnica nem sempre funciona. Gre-Nal ganha aquele que quer mais.


CLAITON

CLAITON

EX-VOLANTE DO INTER E ATUAL TÉCNICO DE FUTEBOL

Mesmo com um time inferior, o Inter precisa ser ousado, buscar o gol. Foi assim que acabamos com aquela boa fase do Grêmio: atacando. Foi assim que viramos, e não entrando para defender o tempo todo.


CHRISTIAN

CHRISTIAN

EX-CENTROAVANTE DO INTER

O Inter tem totais condições de vencer o próximo clássico. Temos exemplos históricos de que Gre-Nal não é vencido pelo melhor time, é vencido por aquele que está mais concentrado, mais focado. É tudo uma questão psicológica.

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