Paixão Colorada
Lelê Bortholacci: Edenilson abriu mão de ficar milionário para colorar o Inter perto da final da Copa do Brasil
Jogador, que recusou proposta da Arábia Saudita, marcou um gol histórico e emblemático no Mineirão
Com muita inteligência e competência o Inter largou na frente nas semifinais da Copa do Brasil. Odair Hellmann surpreendeu, contrariou seu próprio histórico e mandou a campo um time que, na escalação, parecia mais ofensivo, mesmo jogando fora de casa, para fazer a diferença em relação ao jogo contra o Palmeiras. Mas não fez.
O Cruzeiro dominou o jogo durante quase todo o primeiro tempo — que, aliás, foi muito fraco tecnicamente — e o Inter só chegou com algum perigo uma única vez. No segundo tempo, Mano Menezes mandou o seu time definitivamente para cima enquanto havia gás. Só que o gás acabou — normal para um time que vinha de três jogos de altíssimo desgaste.
Odair leu perfeitamente o momento e colocou Wellington Silva, que, mais uma vez, fez o time atacar mais e só não abriu o placar porque o Cruzeiro tem um dos melhores goleiros do Brasil. Depois de dois milagres de Fábio e de uma grande defesa parcial numa cobrança de falta de Guerrero, a bola sobrou no pé do melhor jogador em campo, Edenilson, que com extrema categoria e frieza só encostou para dentro do gol e correu pro abraço.
Um gol que mostrou que atacar na hora certa pode ser muito mais efetivo que querer atacar sempre. Um gol pra coroar uma atuação de luxo de um jogador que abriu mão de ficar milionário na Arábia para ir atrás do sonho de ser campeão pelo Inter. Um gol histórico e emblemático. Que dá uma vantagem expressiva para um jogo de volta que só acontece lá em Setembro, no Beira-Rio. O Inter começou a derrubar o rei da Copa do Brasil.