Estamos fazendo o possível e o impossível para matar a saudade do futebol. Eu tenho visto muitos jogos, compactos e gols históricos do Inter, e está aí um hábito que pretendo manter depois que as coisas voltarem ao “normal”.

Nos últimos dias, voltei a me emocionar com o gol mais lindo já feito no futebol brasileiro. E não estou falando apenas de gols do Inter. Pelo menos no quesito jogada coletiva, é o mais lindo. Com todo o respeito e admiração à ampla coleção de golaços do nosso futebol, mas nada se iguala ao gol de Falcão contra o Atlético-MG, na semifinal do Brasileirão de 1976. Aquele, da jogada aérea realizada por ele, Escurinho e Dario.

É uma pintura. Uma obra de arte. Uma aula de entrosamento e conhecimento entre os envolvidos. Durante a troca de passes, a bola permanece o tempo inteiro no ar. Só vai tocar a grama depois que bater no goleiro Ortiz - que, atônito, não conseguiu evitar o gol - antes de entrar lentamente e ir morrer no fundo das redes clássicas do Beira-Rio dos anos 70.

Para ser bem sincero, o jeito com que a bola entra até não é plasticamente bonito. Mas isso é bom, porque não ofusca o brilho da jogada e como ela foi construída.

Ninguém vai igualar

Foi aos 45 minutos e 50 segundos do segundo tempo. Um gol histórico, que garantiu o Inter na final contra o Corinthians e que nos deu o bicampeonato nacional.

Podem tentar repetir a jogada quantas vezes quiserem. Ninguém, nunca mais, vai conseguir superar o gol mais lindo da história do futebol brasileiro.