Inter



Paixão Colorada

Lelê Bortholacci: 16 de agosto de 2006, a noite que nunca acabou

Grupo RBS reprisou neste domingo a partida que garantiu ao Inter seu primeiro título de Libertadores

25/05/2020 - 07h00min

Atualizada em: 25/05/2020 - 07h00min


Paulo Franken / Agencia RBS
Fernandão aproveitou falha de Rogério Ceni e colocou o Inter na frente

A repetição da segunda partida da final da Libertadores de 2006 mexeu com os colorados na tarde deste domingo (24). Poder rever aquele jogo contra o São Paulo, de sangue doce, mostrou ainda mais o tamanho do triunfo. Poderia ser qualquer adversário. Ninguém tiraria aquele título da gente. 

Mas o destino caprichou, nos colocando como último obstáculo justamente o atual campeão da América e do mundo. A vantagem adquirida uma semana antes, no Morumbi - e todos os acontecimentos da campanha quase irretocável na competição daquele ano -, dava ao torcedor todos os motivos para saber que tinha chegado, finalmente, o dia de gritar "é campeão", entalado na garganta há muitos anos e que nos foi roubado no Brasileirão do ano anterior. 

O sentimento de confiança aumentou ainda mais com o gol de Fernandão, virou tensão com o primeiro empate dos paulistas, transformou-se em êxtase com o gol de Tinga que, logo após, foi expulso e deu início aos 24 mais longos minutos da minha vida. Confesso que aguentei firme na arquibancada superior até os 40 do segundo tempo. Mas quando Lenílson empatou o jogo novamente, fui para o bar do estádio. Na época, ainda se vendia cerveja. Fiquei ali sozinho, bebendo e ouvindo pelo rádio. 

Emoção, alívio e justiça

Na explosão do apito final, apenas me sentei no chão escorado na parte interna da mureta do estádio, aquela que dá de frente para a Avenida Padre Cacique, e chorei, chorei e chorei. Emoção, alívio e justiça. Qualquer conquista com essas três características jamais será esquecida. Aquela noite, para nós colorados, nunca acabou.

Últimas Notícias