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Paixão Colorada

Lelê Bortholacci: angústia em momento delicado

Atualmente, o que podemos e o que não podemos fazer muda de uma semana para outra

17/06/2020 - 07h00min


Mateus Bruxel / Agencia RBS
Toda vez que há um retrocesso, temos muita dificuldade em compreender

Estamos vivendo um momento muito delicado. A falta de perspectivas concretas nos atordoa diariamente. As idas e vindas das decisões tomadas pelo governo gaúcho — que se baseiam em números e dados bem embasados — nos deixam ainda mais angustiados.

Mesmo sabendo que estes mesmos elementos foram usado para o controle momentâneo da pandemia por aqui, toda vez que há um retrocesso, temos muita dificuldade em compreender. Não fomos feitos para ficar trancados em casa. Crescemos descobrindo as alegrias e os perigos de cada passo mais longe da porta do nosso lar.

A rotina durante o distanciamento nos remete a isso, pois estamos descobrindo os detalhes dessa “nova vida” aos poucos. Com a diferença de que, quando éramos pequenos, os retrocessos faziam parte do aprendizado do mundo, mas também de um processo evolutivo natural. Hoje, o que podemos e o que não podemos fazer muda de uma semana para outra. E muda, justamente, por consequência do que estamos fazendo.

Sei que você pode estar indignado, como eu estou, em ver pessoas saindo às ruas e levando uma vida praticamente normal, enquanto você segue todas as normas de distanciamento à risca. Mas não me arrisco a questionar a dor particular de cada um. E o que, por consequência, leva essas pessoas a fingirem que nada está acontecendo.

O que menos temos, neste momento, são respostas. Não está fácil para ninguém. Nesse oceano de incertezas, estamos navegando em mar revolto, com poucos equipamentos e sem muitas informações. E assim seguiremos até que uma milagrosa cura apareça. 


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