Uma das características deste período de distanciamento social é que ele está fazendo as pessoas refletirem mais. E, proporcionalmente, as manifestações de arrependimento também vão aumentando. Agora é a vez do nosso ex-lateral-esquerdo Fabrício, protagonista de uma cena bizarra em 2015 quando, completamente descontrolado, xingou a torcida, jogou a camisa do Inter no chão e foi expulso. Não exatamente nesta ordem.

Eu estava neste jogo. Fiquei tão enfurecido quando vi ele jogar a camisa no chão que me levantei da cadeira onde estava, no espaço “Coração do Gigante”, atrás do nosso banco de reservas, e desci correndo até a mureta para xinga-lo. Coisa de torcedor. A transmissão da TV registrou minha descida pela escada, em velocidade levemente acelerada. Amigos gremistas brincam até hoje que eu fiz “avalanche” no Beira-Rio.

Fato é que nenhum jogador pode jogar a camisa do clube que veste no chão. Isso é um desrespeito inaceitável. Tanto que, após o lamentável acontecimento, Fabrício teve de sair do Inter. Não havia mais clima com a torcida. Uma pena, pois ele não era um jogador ruim, não. Ainda mais de uma posição em que existe histórica dificuldade para alguém se firmar.

Serviu de lição

Era nítido que Fabrício estava com algum problema extracampo. O tempo passou, e cinco anos depois ele admite que errou. Bonito. Digno. E deve ter aprendido, pois, que eu saiba, não repetiu o erro.

Que fique a lição, também, para qualquer outro jogador que venha a vestir essa camisa. Nunca admitiremos que ela seja desrespeitada.