Da alegria na semana passada, em ver o ótimo plano desenhado pela Federação Gaúcha de Futebol para a volta dos jogos por aqui, à frustração pelo aumento das medidas de distanciamento, consequente da falta de responsabilidade de boa parte da população, voltam as incertezas e os prazos — provavelmente — já não serão os mesmos. É tudo uma grande engrenagem. Se alguma parte não funciona bem, o resultado acaba não sendo o esperado. 

Pelo que estamos acompanhando, infelizmente, o futebol vai demorar ainda mais pra voltar. E, quando voltar, será com a frieza da arquibancada vazia. Eu sei que a necessidade da volta é, primeiramente, financeira. A TV é quem pode garantir aos clubes uma receita que os mantenha ativos. E também acredito que os jogos poderiam se tornar um atrativo para as pessoas que, hoje, sofrem com a solidão e o distanciamento social. Mas, sem torcida, não é o mesmo futebol. 

Tenho acompanhado algumas partidas pela Europa, onde os clubes tentam levar um mínimo “clima de jogo” a um estádio vazio, colocando cantos gravados em caixas de som e banners com fotos de torcedores. Tudo é válido, mas não atinge o objetivo. Essa é a realidade que nos espera, pelo menos nos primeiros passos que daremos rumo a volta à normalidade. As experiências inéditas deste 2020 ainda estão longe de terminar.