A decisão de tirar o Gre-Nal de Porto Alegre não me surpreende. A gestão da maior crise sanitária do ultimo século é repleta de idas e vindas perfeitamente aceitáveis. Tudo que é decidido pela prefeitura da capital e pelo governo estadual é revisado semanalmente. 

Se na semana passada foi dado o aval para a realização do jogo e na sexta-feira (17), infelizmente, a decisão teve que ser alterada, é porque existem motivos consistentes para isso. Entendo a prefeitura, assim como entendo a indignação do Inter, que já estava preparando o estádio com a melhor estrutura possível, cumprindo todas as recomendações de segurança sanitária. 

Se o futebol gaúcho organizou-se para poder voltar, ha mérito nisso. Mas nada pode ser feito se existe algo maior. Uma doença que se alastra e que está levando nosso sistema de saúde ao seu limite. O novo coronavírus não escolhe hora nem lugar. Quem não entendeu isso ainda é porque não se importa com a vida alheia. E se tem algo que não podemos criticar em nossos gestores públicos no RS é exatamente isso: a prioridade em salvar vidas. Se a mudança do Gre-Nal para Caxias do Sul salvar uma única vida, ela já valeu a pena.

Mais mudanças

Pelo que os números da pandemia mostram, Porto Alegre vai sofrer nos próximos dias. Prepare-se para mais mudanças além do Gre-Nal. São decisões difíceis que nossos governantes estão tendo que tomar, as quais vou seguir entendendo por um simples motivo: eu não queria estar na pele de nenhum deles.