Paixão Colorada
Lelê Bortholacci: o futebol, mais uma vez, imita a vida
A CBF não quer saber: dia 9 de agosto, começa o Brasileirão
O Brasil não surpreende mais ninguém. Mesmo com a pandemia avançando e o número de mortos crescendo absurda e constantemente, a CBF anunciou o início do Brasileirão para o dia 9 de agosto. Sem torcida nos estádios e sem alguns times — incluindo Inter e Grêmio — saberem aonde vão mandar seus jogos.
Hoje, aqui no Rio Grande do Sul, não sabemos nem o que estará funcionando na semana seguinte. Mas a CBF quer a dupla Gre-Nal em campo daqui a pouco mais de 30 dias. A mesma Dupla que cogita sair do RS para poder realizar treinos mais intensos, fugindo das — justas — restrições impostas pelo governo Estadual, consequentes da irresponsabilidade de boa parte da nossa população.
Até a retomada do nosso campeonato estadual, que ocorreria agora em julho, teve de ser prorrogada — mesmo com um protocolo elogiadíssimo e que requer bem menos infraestrutura do que a necessária para a realização do Campeonato Brasileiro.
Esquizofrenia coletiva
Mas a CBF não quer saber. Dia 9 de agosto, começa o Brasileirão, e cada clube que se vire. Se não puder jogar na sua cidade, que jogue em outra. Se tiver jogador convocado para data Fifa, senta e chora. Sim, o calendário não prevê paralisação do campeonato nas datas Fifa. E vem mais rolo por aí, pois a Conmebol ainda nem definiu como será concluída a Libertadores, ou seja, mais datas serão necessárias. É o retrato da esquizofrenia coletiva que se encontra o nosso país. O futebol, mais uma vez, imita a vida.