Lelê Bortholacci: vice-liderança do Brasileirão é mérito de Eduardo Coudet

O tempo, sempre o tempo. É ele quem tem as respostas. Quanto mais o tempo passa e vamos vendo o Inter jogar, mais claros ficam quais são os problemas do time. E que a grande maioria deles não são culpa de Eduardo Coudet. Nossa tendência natural, e cultural,  como torcedores é, primeiramente, culpar o treinador. Porque sempre temos a solução para algo que não aconteceu no jogo que vimos. Aquele jovem que não recebe oportunidades, ou aquele jogador que não entendemos como não é titular. Sempre "sabemos tudo". 

Mas aí o tempo passa e os acontecimentos nos esfregam na cara que há muito mais do que sabemos por trás das decisões de um treinador. A coletiva pós-jogo contra o Athletico-PR foi emblemática.

Sem entrar no mérito de certo ou errado – até porque já discordei de muitas escolhas de Coudet – todos concordamos que a vice-liderança colorada no Brasileirão tem muito da mão do técnico. Mesmo com um grupo limitado, seguimos brigando pelo título. Houve uma fase ruim no mês de setembro, onde as vitórias não vieram e parecia que despencaríamos. Não foi o que aconteceu. Ninguém disparou. Só fomos ultrapassados pelo atual líder. E ele segue ao nosso alcance.

Se não vemos um futebol vistoso, também não nos vimos fora das primeiras posições da tabela. Já se foram 15 jogos e estamos sempre por ali. Mesmo com um elenco curto, sem reposições específicas, convivendo com as lesões, suspensões e o ritmo alucinante de um calendário que está maltratando todos os demais clubes - com exceção do líder Atlético-MG - e, pasmem, sem repetir a escalação uma única vez, o Inter de Coudet segue na segunda colocação do campeonato. E o tempo vai mostrando que não existe nenhum motivo para cogitarmos demiti-lo.