Sonho do tetra
Zé Alberto: finalmente o Inter jogou futebol de campeão
Melhor momento colorado no Brasileirão combina liderança, qualidade técnica, espírito coletivo e afirmação de jovens talentosos
Não é novidade para o Inter ser líder do Brasileirão. Isto aconteceu por várias rodadas nos tempos de Eduardo Coudet como técnico. O que é inédito para os colorados é que uma grande fase está estabelecida com uma série de sete vitórias consecutivas e com desempenho em alto nível. A conquista da liderança com a goleada sobre o São Paulo, ex-líder, no Morumbi, representou aquilo que ainda podia ser cobrado desde as outras vezes em que a equipe esteve em primeiro. O futebol apresentado foi digno de quem não só quer, mas pode e até merece ser campeão.
Abel Braga é o nome de uma verdadeira revolução colorada, tendo vivido um momento de estreia em que o time apresentou uma queda técnica que custou a posição de líder no Brasileirão e as eliminações na Copa do Brasil e na Libertadores.
Já a partir dos jogos de volta nas disputas eliminatórias, o técnico começou a ter resultados de suas opções. A utilização de jovens como Yuri Alberto, Caio Vidal e Praxedes são marcas de Abelão, bem como as voltas de Rodrigo Moledo e de Rodrigo Dourado. A partir daí, contando com uma estabilidade em alto nível de Patrick e Edenílson, se formou uma nova equipe na técnica, na tática e no espírito.
Golear o São Paulo, humilhando o time de Fernando Diniz, foi a cereja do bolo, aquilo que faltava para que o Inter de Abel fizesse o que o de Coudet jamais fez.
O time jogou com a personalidade de uma equipe campeã, ou candidata legitimada a isto, com uma qualidade individual e coletiva que não havia sido mostrada num confronto tão importante deste Brasileirão. A taça está ainda distante de todos, mas os colorados pelo menos acertaram o foco, algo que o São Paulo parece ter perdido definitivamente e que Atlético-MG, Flamengo, Palmeiras e Grêmio ainda buscam, encontrando como obstáculos a irregularidade ou a distância na tabela.
Prioridade
O Inter deve encarar o Gre-Nal do próximo domingo (24) em primeiro lugar como um compromisso importantíssimo na tabela do Brasileirão. Óbvio que o caráter de clássico merece toda a relevância pelas consequências naturais que sempre tem no tradicional "campeonato à parte".
O risco que os colorados correm é o de pautar o confronto pela necessidade de quebra da invencibilidade de 11 jogos mantida pelo rival desde 2018. Tal fixação normalmente atrapalha a concentração para o jogo e coloca em campo jogadores muito mais nervosos. O Grêmio recentemente deu aula na hora dos enfrentamentos domésticos, exatamente por ter muita tranquilidade e experiência, como que se sentindo em casa na hora extrema da rivalidade.