Paixão Colorada
Lelê Bortholacci: a taça do Brasileirão ainda não tem dono
Inter não depende mais de si, mas ainda pode levar o título na última rodada
Era um jogaço de bola. Inter e Flamengo faziam um enfrentamento digno das únicas duas equipes que ainda disputavam o título. Parelho. Tenso. Mas aí o árbitro resolveu aparecer. Ser o protagonista. E eu me sinto muito tranquilo pra falar sobre isso, porque elogiei a escalação de Raphael Claus para apitar o jogo mais decisivo do campeonato.
Mas vai entender, justo neste domingo (21) ele mudou o critério que usou durante todo o Brasileirão. O pé de Rodinei errou a bola e pegou em cheio o tornozelo de Filipe Luís. Assim como o de Cortez pegou o tornozelo de Heitor no Gre-Nal do primeiro turno, também apitado por ele. Na Arena, cartão amarelo. No Maracanã, vermelho.
Se já era difícil 11 contra 11, com um a menos ficou quase impossível. Mesmo assim, houve luta, dedicação e, principalmente, respeito à nossa camisa. A cena no final do jogo foi emblemática: com um jogador a mais em campo, os reservas (e alguns titulares) do Flamengo pediam desesperadamente o fim do jogo, com direito ao seu treinador atrapalhar um jogador nosso na cobrança de lateral. Patético, mas o futebol brasileiro é isso aí mesmo.
Com centenas de milhões de reais a mais, o todo poderoso Flamengo conseguiu nos ultrapassar na tabela. Só que o campeonato ainda não acabou. Não dependemos mais de nossas forças – e isso é, sim, consequência de erros cometidos pelo nosso time durante a campanha – mas a última rodada reserva aos cariocas um enfrentamento contra o clube mais vitorioso deste país e que, mesmo fora da disputa do título, tenho certeza que jogará com total dignidade.
A taça ainda não tem dono, amigos.