Paixão Colorada
Marcelo Gonzatto: o dilema que divide os colorados há 10 anos
Há quem atribua escassez de títulos aos técnicos e quem entenda que falta jogador
Há cerca de uma década, um dilema costuma dividir a torcida do Inter em duas facções distintas, cada uma disposta a apresentar nomes de culpados, lembrar jogos emblemáticos, desenterrar uma derrota aqui ou ali para tentar convencer o outro lado.
Em resumo, há quem ache que os principais responsáveis pelos recentes insucessos do time são os treinadores, que não conseguiriam extrair o melhor dos jogadores, e quem entenda que os atletas reunidos do Beira-Rio nos últimos tempos não ganhariam o Praiano mesmo com Klopp, Mourinho e Guardiola balançando pranchetas e gritando juntos na beira do campo.
Não consigo decidir de que lado ficar por um simples motivo: desde a última grande conquista, lá do distante ano de 2010, o Inter já teve dezenas de técnicos e talvez centenas de jogadores com níveis técnicos e características de todo o tipo. Uma única constante ao longo de todo esse período foi a incapacidade de ganhar títulos de ponta.
O custo do improviso
O problema, talvez, esteja no improviso. Contratamos os jogadores que cabem no orçamento, os técnicos que estão disponíveis, mesmo que nem sempre uns combinem com os outros e com o estilo de jogo que se quer implantar – como jogar pelas pontas sem ter ponteiros de qualidade, por exemplo, ou improvisar jogadores em funções para as quais não têm DNA.
Por isso, como equipe, o Inter tantas vezes parece menor do que a soma dos seus jogadores e coordenadores técnicos. E aí qualquer Cuiabá já deixa os torcedores com os nervos em frangalhos.