Paixão Colorada
Marcelo Gonzatto: no Rio, Inter só não pode se acovardar
No final de semana, times em situações opostas irão se enfrentar pelo Brasileirão
De um lado, time literalmente caindo pela tabela, torcida braba, vice-presidente de futebol demitido, o cenário completo de clube em crise. Do outro, uma equipe milionária, elenco voando sob o comando do técnico Renato Gaúcho, além do VAR amigo sempre disposto a dar uma ajuda quando necessário.
O próximo compromisso do Inter pelo Brasileirão, contra o Flamengo, em pleno Rio do Cristo Redentor e do futevôlei, tem tudo para ser um filme do mais absoluto terror para os colorados. Se o time patina contra adversários fracos em sua própria casa, o prognóstico para o final de semana, infelizmente, não é bom.
Uma derrota não seria qualquer surpresa. Por isso, a missão do Inter é apenas voltar inteiro para casa. Não apanhar feito um boneco de Judas. Não produzir manchetes no estilo “goleada histórica” ou “vexame para a eternidade”.
Preservar a história
E aí que está uma das questões centrais para essa partida tão cheia de angústia. Para retornar com o orgulho parcialmente intacto do Maracanã, o Colorado não pode se acovardar. Tentar garantir um empate desde o primeiro segundo de jogo. Se esconder dentro de sua própria grande área.
Mesmo em crise, mesmo sem confiança, mesmo com a torcida braba e sem vice de futebol, é preciso tentar jogar. Tentar atacar, sem faceirice. Se não puder trazer um ou três pontos, ao menos preservar sua história. Em situações como essa, o futebol não costuma perdoar o medo.
Se jogar como se fosse time pequeno, corre o risco de voltar para casa em meio a um vexame para a eternidade. No placar e na alma já tão sofrida do torcedor.