Dupla Gre-Nal



Na memória

Eles ficaram na lembrança

Com a despedida do Estrelão no domingo e do Olímpico, no dia 2, o Diário Gaúcho faz um resgate da história dos estádios que deixaram de existir em Porto Alegre

17/12/2012 - 07h21min

Atualizada em: 17/12/2012 - 07h21min


Sergio Bechelli observa prédios residenciais, na Avenida Sertório, no bairro Navegantes. No local, ficava o Estádio Tiradentes, do Renner, onde Bechelli jogou

Hoje é a vez de quatro deles. O consultor em saúde Sérgio Bechelli, 67 anos, é um privilegiado. Atleta das categorias de base do extinto Renner e com passagem pelo Inter, jogou em quase todos os estádios de Porto Alegre. Com ele, a reportagem visitou, na tarde da quinta-feira passada, os locais onde três deles existiram.

Chácara das Camélias

Ao chegar à Rua Gonçalves Dias, ao lado de um supermercado, Sérgio já aponta (em direção à José de Alencar, no Bairro Menino Deus):

- Ali ficava a entrada da Chácara das Camélias. O estádio do Nacional.

Era nesse terreno, hoje ocupado pelo súper e pela Escola Estadual Infante Dom Henrique, que o Nacional, também conhecido como Ferrinho, por ser ligado aos ferroviários, mandava seus jogos. Segundo Sérgio, era um bom estádio, com um "ótimo gramado".

- O pavilhão social ficava a leste, deixando o pessoal da Geral, geralmente os mais pobres, embaixo do sol a tarde toda - recorda.

Inaugurado em 1923 pelo Fussball, o local foi vendido para o Nacional, em 1942. O clube foi extinto em 1958. A área permaneceu abandonada até metade da década de 1970.

Waterloo

Na Zona Norte, está o estádio que mais lembranças traz a Sérgio. De 1954 a 1959 (dos nove aos 14 anos), jogou nas categorias de base do Renner.

Mantido pela antiga A.J. Renner, o time dos industriários teve sua casa encravada no Bairro Navegantes. Entre as avenidas Sertório, Farrapos e Presidente Roosevelt, o Tiradentes ficava onde hoje estão um condomínio e a sede do Denarc. O local ficou conhecido como Waterloo, e Sérgio explica o porquê:

- Foi em Waterloo que Napoleão perdeu uma das suas principais batalhas. O apelido veio porque aqui o Renner não perdia nunca.

Foi no Waterloo que o Renner conquistou o Gauchão de 1954 - vencendo 16 e empatando dois dos 18 jogos. Inaugurado em 1935, o estádio foi demolido em meados da década de 60. O clube foi extinto em 1959.

Baixada

Sérgio conheceu a Baixada aos quatro anos de idade, quando foi ao seu primeiro Gre-Nal, em 1949. Em 1954, quando o Fortim era usado apenas pelas categorias de base, disputou um torneio de pré-mirins.

- Para lá (apontando para a Escola Estadual Uruguai) ficava a goleira da Mostardeiro - mostra.

De memória invejável, Sérgio lembra que a família Mostardeiro, dona da área da Baixada, negociou a região com o Grêmio, mas:

- Os Mostardeiro fingiram que receberam, e o Grêmio fingiu que pagou. Não existe nenhum documento que comprove a negociação.

Foi a primeira casa do Grêmio. Erguida em 1904, foi utilizada até 1954. Ficava onde hoje estão a E. E. Uruguai e o Parcão.

Chácara dos Eucaliptos

O terreno era do Asilo Providência e foi alugado ao clube entre 1912 e 1928. O asilo tentou vender o terreno por 40 mil contos de réis ao Inter. Porém, o preço foi considerado alto.

O primeiro estádio do Inter era no Bairro Azenha. A Chácara dos Eucaliptos ficava na quadra formada hoje pelas ruas Germano Hasslocher, Botafogo e Azenha.

Também marcaram época

As informaçõs são de Claudio Dienstmann, jornalista e consultor da Secretaria Extraordinária da Copa de Porto Alegre, Ernani Campelo, assessor de imprensa do Cruzeiro Esporte Clube, Eduardo Torres, jornalista e torcedor do São José.

* O primeiro campo do Inter, em 1909, foi a Ilhota, (hoje Praça Sport Club Internacional, atrás do Colégio Protásio Alves).

* O Cruzeiro teve outros dois estádios: o Parque das Laranjeiras, na Bento Gonçalves, e o Caminho do Meio (atual Hospital de Clínicas).

* O Americano, campeão gaúcho 1929, jogava na Rua Larga (atual Domingos Crescêncio, Bairro Santana).

* Antes do Passo D'Areia (de 1939), o São José teve vários estádios. O primeiro foi a Montanha, terreno onde hoje funciona o Hospital Militar, na Cristóvão Colombo.

* O segundo foi na Rua São José, atual Frederico Mentz, no Bairro Navegantes. O terceiro, atrás da atual Igreja São Pedro e era chamado carinhosamente de Bacia.


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