Dupla Gre-Nal



Andarilhos do Gauchão

O Rei dos passaportes: Arthuro, do Pelotas, rodou pelas principais ligas da Europa

O centroavante viramundo é o décimo personagem da série Andarilhos do Gauchão

12/01/2013 - 17h23min

Atualizada em: 12/01/2013 - 17h23min


Arthuro em ação pelo Steua Bucareste, da Romênia

Arthuro, 30 anos e 1,90m, rodou pelas principais ligas da Europa, dividiu campo com Messi e Ronaldinho e esteve na Ásia antes de aportar no ataque do Pelotas. O centroavante viramundo é o décimo personagem da série Andarilhos do Gauchão.

Troca de camisa com Messi

O Pelotas colocou no ataque um colecionador de passaportes. Arthur Henrique Bernhardt passou dez anos rodando pela Europa e pela Ásia. Saiu de Criciúma com 16 anos para jogar no Middlesbrough, da Inglaterra, e mudou bastante. Até o nome.
Era Arhur. Virou Arthuro, por sugestão do francês Cristian Karembeu, campeão mundial em 1998 e que recentemente esteve em Porto Alegre para participar do Jogo Contra a Pobreza no time de Zidane.

Karembeu recém havia deixado de ser um galáctico do Real Madrid. Desembarcou no Middlesbrough e logo adotou o brasileiro. Achava graça de como ingleses pronunciavam Arthur.

Sugeriu que mudasse para Arthuro, mais latino. O centroavante aderiu. Foram três anos de Inglaterra e seis temporadas na Espanha,por Racing Santander, Gijón e Alavés. Deixou o país em 2008, no Córdoba. As recordações da vida espanhola são as melhores. Jogos contra estrelas e duas relíquias guardadas em casa: duas camisetas 10 do Barça: uma de Ronaldinho e outra de Messi.

- Foi uma época de realizações, posso dizer que fiz minha carreira na Espanha - orgulha-se Arthuro.

Em 2009, ele voltou ao país e ficou um ano no Celta. No ano anterior, havia jogado no Steua Bucareste, da Romênia. Pelo clube, participou da Liga dos Campeões. Diz se arrepiar até hoje com as lembranças dos jogos pela competição mais glamourosa do mundo.

Depois da Romênia, veio a experiência de jogar na Chechênia, que declarou independência e foi dilacerada pelo exército russo numa guerra sangrenta. O Terek Grozny treinava em província vizinha e jogava na capital chechena. O visual era assustador. Prédios esfarelados por mísseis e tanques das forças de paz da ONU em cada esquina.

Como o líder do movimento separatista checheno, Akhmad Kadyrov, foi morto em atentado no estádio, em 2004, os jogadores passavam por revista na porta do vestiário. Eram submetidos a detector de metais e tinham as mochilas reviradas. Arthuro deixou a Chechênia e rumou à Ásia. Jogou alguns meses no Al-Dhafra, dos Emirados Árabes, e fechou 2010 no União de Leiria, de Portugal. Teve rápida passagem pelo Avaí e, em 2012, encarou sua última aventura. Foi para o Johor, da Malásia. Fez gols e foi tratado como astrocelebridade.

De lambuja, tirava as folgas para visitar as praias paradisíacas das vizinhas Tailândia, Filipinas e Indonésia. Desde dezembro, ele curte a experiência em Pelotas. Desfruta da cidade e se lambuza com a culinária à base de carnes ao estilo uruguaio dos restaurantes.

Colocação em 2012:

Técnico: Beto Almeida

Quem chegou: Jonatas (G, ASA-AL), Gabriel Atz (Z, Caxias), Wagner Silva (Z, Comercial/SP), Tony (Z, Desportiva/ES), Anderson Silva (V, Nacional/Uru), Fabiano Gadelha (M, Marília/SP), Diego Sapata (M, São Paulo-RG), Wesley (A, Grêmio), Arthuro (A, Johor/Mal), Robert (A, São Paulo-RG).

Time-base
Jonatas; George Lucas, Bruno Salvador, Wagner Silva e Brida; Igor, Tiago Renz, Filipinho e Fabiano Gadelha; Arthuro e Wellington.


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