Posição da BM
Direção do Inter descreve Gre-Nal de torcida única como "retrocesso nas relações de cidadania"
"Não se pode punir o espetáculo em prol da marginalidade", afirma vice de futebol Marcelo Medeiros
O Inter repudiou a posição da Brigada Militar a respeito de uma única torcida no Gre-Nal 397 do próximo domingo, na Arena. Para o vice de futebol Marcelo Medeiros, fazer com que apenas gremistas ou apenas colorados possam assistir ao clássico - seja no Beira-Rio, Olímpico ou Arena - é um retrocesso nas relações de cidadania e nas relações entre Inter e Grêmio.
Brigada Militar recomenda torcida única no Gre-Nal 397, no domingo, na Arena
MP irá acatar decisão da BM: 'Não vamos contestar a decisão da Brigada"
Wianey Carlet: "É triste que tenhamos chegado a esse ponto"
O Coronel da Brigada Militar Silanus Mello, subcomandante Geral da BM, afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha, que a decisão facilita o policiamento e a segurança para o clássico, válido pela 11ª rodada do Brasileirão. A BM recomandará a torcida única e a decisão, em conjunto com o Ministério Público (MP), será tomada à tarde.
- Falo como dirigente e torcedor que frequenta Gre-Nal desde que o Olímpico tinha um único anel. É um retrocesso nas relações entre Grêmio e Inter e na relação de cidadania das pessoas. Assim como ocorreu nas manifestações recentes, existe um grupo de vândalos que deturpa todo o restante do espetáculo - apontou o dirigente colorado.
- Não se pode punir o espetáculo em prol da marginalidade. No Estado mais político do Brasil é impossível ter convivência entre torcidas? Com a qualidade da Arena, não é possível receber o adversário? - questionou Marcelo Medeiros.
Segundo subcomandante Geral da BM, a chegada da torcida visitante à Arena era considerada de risco pelo fato de o trajeto não ser feito a pé - como ocorria na ida do Beira-Rio ao Olímpico. O vice de futebol do Inter cita esportes como o basquete e o futebol americano para exemplificar a falta de civilidade entre os torcedores gaúchos.
- A rivalidade e as flautas entre torcidas faz parte, mas tratar como guerra não dá. Vou lutar sempre para o conceito de duas torcidas, independente de ser Grêmio x Inter, Atlético-MG x Cruzeiro, São Paulo x Corinthians. Já asssiti à final de NBA, final de NFL... acho espetacular que eles sentam juntos, torcem juntos, até mesmo bebem nos estádio. Há civilidade, cidadania - relata Medeiros.
A tendência é que a torcida única se repita nos próximos clássicos. O Gre-Nal do segundo turno do Brasileirão, seja em Novo Hamburgo ou Caxias do Sul, deve receber apenas a torcida do Inter.