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Entrevista

Rafael Moura: "Planejamento de 2013 é muito parecido com o de 2014"

"O grupo é confiante e seguro do que tem de fazer", disse o centroavante em entrevista a Zero Hora

23/07/2014 - 17h21min

Atualizada em: 23/07/2014 - 17h21min


Alexandre Ernst
Alexandre Ernst
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Rodrigo Gazzanel / Estadão Conteúdo

Em conversa no CT do Parque Gigante, Rafael Moura fala sobre as lesões, os problemas particulares que o prejudicaram no Inter, a homenagem a Fernandão, uma proposta para deixar o Inter e a condição de artilheiro do clube na temporada.

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Conversa com Luigi

Tive uma conversa séria com o presidente Giovanni Luigi, antes das férias, em dezembro. Tinha proposta para sair (do América, do México). Falei que queria ficar, mostrar porque fui contratado. Queria uma sequência. Um dos motivos para eu vir era a confirmação de que Leandro Damião seria vendido. Tinha uma condição de reserva no Fluminense, mas jogava todos os jogos. Foi um planejamento que deu errado, acumularam grandes jogadores para a mesma posição. Depois, veio o Scocco, e a coisa afunilou ainda mais. Não conseguimos render.

Problemas pessoais

Eu não vim para cá machucado, tem de deixar bem claro. A sequência dos jogos, a condição do jogo, o clima do Estado, meu lado psicológico com a doença de minha mãe (ela teve um câncer) e a perda do meu sogro fez de 2012 um ano atípico para mim. Estas questões me afetaram muito. Tive de engolir a seco as críticas, as cobranças, era um momento muito particular meu, muito difícil. Agora minha mãe está bem, mas em todo 2012 ela fez quimio, radioterapia, e eu longe. Isso me abalou. Sou um cara emotivo, racional, um bom filho, um bom pai, não consigo diferenciar o lado profissional e deixar de lado quem me criou.

Os erros de 2013

O planejamento de 2013 é muito parecido com o de 2014. Ganhamos o Gauchão, estamos credenciados ao título Brasileiro. Sempre tivemos um grupo unido, mas não era um grupo que se cobrava. Mudamos isso para 2014. O D'Alessandro é nosso capitão, nossa liderança, um dos que fala no vestiário. Mas com a volta do Alex, a chegada do Paulão, do Dida, hoje temos um vestiário mais blindado, experiente, com perfil e característica de liderança. O grupo é confiante e seguro do que tem de fazer.

A homenagem a Fernandão

Eu sabia que faria aquele gol (diante do Flamengo, domingo). Eu tenho o lado espiritual muito forte, acredito no poder e na força da palavra. Com todo o respeito à equipe do Flamengo, mas o jogo era do Fernando. Em certos momentos, esquecemos quem era o adversário, a tática, a questão física... fomos na emoção. Na ida para o estádio, todos seguraram a emoção. Mas quando saímos para o aquecimento e a Fernanda (mulher de Fernandão) e os meninos (filhos do ex-capitão) estavam no campo, foi difícil segurar. D'Ale se emocionou, Índio, Alex, eu... Já fiz duas vezes o mesmo passeio no helicóptero, o mesmo trajeto (da tragédia em Aruanã, no interior de Goiás) com minha família, meus filhos, então eu sei exatamente o que ele estava fazendo, o que estava sentindo nos últimos minutos dele. A emoção tomou conta de todo o vestiário.

Paz com a torcida

Tenho de estar em trégua comigo mesmo. Ter tranquilidade para dormir, tranquilidade no meu ambiente de trabalho. Essa trégua com a torcida é consequência do meu trabalho. Tenho feito o meu melhor, tenho sido sempre o primeiro a chegar, o último a sair, treino mais que todo mundo... Quero dar a resposta para o torcedor, quero ser o que eles imaginam que eu possa ser.

Críticas x Política no clube

Tem de deixar bem claro que o Luciano Davi é o cara que trouxe eu, Juan e Forlán. O melhor jogador da Copa do Mundo de 2010, um zagueiro que retornou da Europa depois de 11 anos e eu que, no Fluminense, tinha mercado para ir a qualquer lugar. Não deu certo? Por que não vieram títulos? Em parte. Eu e Juan, hoje, somos titulares, o que mostra que ele estava certo. A longo prazo ele estava certo. A torcida quer ver seu jogador resolver de imediato, mas nem sempre é como a torcida quer. Ela tem de ter paciência. Com alguns têm, com outros não. Eu fiz gols por onde passei e, por isso, o torcedor me cobra que eu faça o mesmo aqui.

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