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Entrevista

"Grêmio não está se apequenando", diz executivo de futebol Rui Costa

Dirigente projeta como será 2015 do clube e a redução na folha salarial

21/12/2014 - 11h01min

Atualizada em: 21/12/2014 - 11h01min


Adriano de Carvalho
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Luís Henrique Benfica
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Marco Souza
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Anderson Fetter / Agencia RBS

Com o desafio de equilibrar as finanças do Grêmio, o executivo de futebol Rui Costa foi encarregado pelo presidente Romildo Bolzan Júnior de realizar um corte de 30% na folha salarial do grupo de jogadores, que deve cair para R$ 5 milhões no início de 2015.

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Além de renegociar contratos de jogadores, o dirigente também já planeja a pré-temporada, que ocorrerá entre 11 e 21 de janeiro, em Gramado. Dentro da política de redução de custos, a utilização de garotos da base será cada vez mais estimulada. O que vem de encontro com a filosofia no departamento de futebol.

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- Se tivéssemos a Libertadores, seria muito mais difícil esta transição. Não podemos desconsiderar a grandeza do clube. O importante é ter equilíbrio financeiro e ser competitivo - entende Rui.

Em entrevista a ZH, o dirigente detalha seus planos para o futebol do clube na próxima temporada.

Qual é a receita para obter o equilíbrio financeiro?
É não gastar mais do que se arrecada. Estamos trabalhando com uma redução de 30% da folha salarial. É fácil obter isso? Não é. Mas já conseguimos isso no ano passado. Como se faz isso? Vendendo e emprestando. Aí faremos futebol com as receitas ordinárias, que vêm da TV, do quadro social e do marketing.

Os jogadores entraram em férias com os salários em dia?
Temos algumas coisas que estão em aberto. Mas estamos trabalhando para que no início do ano isso já esteja resolvido. É obrigação da direção manter os pagamentos em dia. Nós conseguimos criar receitas extraordinárias quando se achava impossível. Tivemos parceiros que aportaram dinheiro para manter nosso ambiente saudável. O Grêmio não está se apequenando.

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É necessária a venda de jogadores para equilibrar as finanças?
Não há clube no Brasil que não sobreviva se não vender um ou dois jogadores. E nem precisa ser um do grupo profissional. Já vendemos parte dos direitos de Bressan e do Ramiro, antecipamos a receita, permanecemos com o atleta e ainda temos um percentual. Você cria uma receita extraordinária sem perder o jogador.

Marcelo Moreno poderá assinar pré-contrato com outro clube em junho. Vocês temem perdê-lo?
É um risco que tu corre. Para renovar, quanto o jogador vai te cobrar? Se não se adaptar a tua realidade, o que você fará? Aí não falo do Moreno, dou um exemplo. Você tem de propor algo interessante. Se não quer ficar, tem de ter profissionalismo para entender qual é o papel dele na equipe. Você quer ter jogadores com bons contratos. Mas se não dá, você tem de usar o atleta.

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Como o contrato está em vigor, seria apenas o caso de ele voltar.
O Moreno é jogador do Grêmio e será recebido aqui de braços abertos. Se não existir negociação e o Cruzeiro não quiser ficar com ele, é jogador do clube. Eu conduzi isso de forma transparente e clara. A ida dele ao Cruzeiro foi construída a quatro mãos. Se ele volta, não deixa de ser uma contratação.

E em relação ao Kleber, há chance de rescisão?
A permanência dele está descartada. Por uma série de situações, uma delas financeira. Ele tem dois anos de contrato, que é significativo em termos de valores. Temos de buscar uma venda ou um empréstimo. Nenhum clube hoje banca sozinho o que ele recebe. Existe a hipótese de liberá-lo, mas sem desvalorizá-lo. Fazendo uma rescisão, um acordo para que ele siga sua carreira.

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Apareceram interessados em contratá-lo?
Recebemos duas ou três sondagens de mercados que pagam bem aos jogadores. Como o Kleber tem um padrão salarial bastante alto, top no mercado, dificilmente um clube vai te oferecer um valor para a transferência e atender a expectativa dele. Essa é a equação que a gente tenta lidar. Há clubes no mundo árabe e na China que se interessam por jogadores com este perfil.

Quantos jogadores estarão na pré-temporada?
Teremos aproximadamente 34 jogadores. Felipe vai aproveitar a pré-temporada para trabalhar os jogadores de transição. Quem são eles? Oito ou nove da base que foram observados e iniciarão o ano num patamar de preparação física parecido com o profissional. Mas não permanecerão necessariamente no grupo.

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Quantos garotos da base serão chamados?
O Grêmio tem uma boa média. Neste ano, disputamos a Libertadores com 50% de jogadores da base. A ideia é manter isso, 40% a 60%. Porque este é o projeto do presidente Koff, incorporado pelo presidente Romildo. O Felipe é formador, tem essa vocação de trazer jovens e tem trabalhado neste processo de transição.

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Desses garotos, quem você mais destacaria?
Depositamos muita expectativa em Everton. A presença de Dudu tirou do Everton a possibilidade de ser mais visto em competições de maior rigor e nível profissional. Nada contra Dudu, que conquistou isso em campo. Também esperamos muito do Erik e do Lincoln, que pode aparecer na pré-temporada.

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Vocês esconderam o Lincoln?
É, escondemos, sim. Conversei com Felipe e disse que não dava mais para botá-lo a treinar. Com a experiência que ele tem, o Felipe comprou a ideia. Há momentos em que se tem de ter jogo de cintura, de compreensão de que o futebol, lamentavelmente, não é totalmente ético.



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