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Duelo rubro-negro

Zimmermann e o reencontro entre Brasil-Pel e Flamengo: "Representa como o clube está crescendo"

Técnico da equipe pelotense destacou ascensão xavante nos últimos anos

18/12/2014 - 08h31min

Atualizada em: 18/12/2014 - 08h31min


Fernando Gomes / null
Zimmermann segue no projeto xavante em 2015

Quando Brasil-Pel e Flamengo duelarem no início de 2015 pela primeira fase da Copa do Brasil, os dois clubes completam 30 anos dos maiores confrontos entre as equipes: na segunda fase do Brasileirão de 1985, com sucesso para o time pelotense, que chegou à semifinal do Campeonato Brasileiro no maior feito de sua história centenária. Pela frente, o desafio é representar o crescimento do clube desde que o técnico Rogério Zimmermann assumiu o cargo, em 2012 - a longevidade do projeto é um caso raro, sobretudo para um clube de interior.

A divisão em potes para o sorteio da Copa do Brasil tornava certo um confronto com um clube de expressão nacional, já que o time pelotense estava no Grupo E, que fatalmente enfrentaria um rival do Grupo A - o que incluía os 10 melhores ranqueados, todos que disputaram a Série A em 2014. Quando o papel apontou o duelo de rubro-negros, imediatamente a torcida xavante rememorou a década de 1980. Se repetir o sucesso em campo obtido há três décadas é difícil, pelo desnível financeiro entre os clubes, o grande objetivo do Brasil é deixar claro: a ascensão não é coincidência.

- Esse jogo é muito significativo, porque representa como o clube está crescendo. Quando eu cheguei, estava jogando uma segunda divisão do estado. Agora, pega Inter no Beira-Rio, Grêmio na Arena, Ituano, Brasiliense, Londrina, agora vem o Flamengo. O Brasil, pela sua competência, está trazendo bons jogos. Se temos a oportunidade de jogar a competição nacional, é porque estamos tendo bons resultados. Só estamos jogando com o Flamengo porque tivemos bons resultados. O Brasil subiu de ranking (para entrar no Pote E) e conseguiu a vaga à Copa do Brasil por ser campeão do Interior gaúcho - analisa Rogério Zimmermann, técnico responsável pela condução do elenco que subiu à Série C em 2014.

O calendário do Brasil-Pel em 2015 será lotado. No primeiro semestre, repetir o feito deste ano - o título do Interior - é o foco do planejamento. Mas a relevância a nível nacional do confronto com o Flamengo impede o clube de desvalorizar a Copa do Brasil, na avaliação do treinador. A Série C, que começa no meio do ano, está por último na fila de prioridades - não por ser de menor relevância, mas pelo fato de o Brasil garantir dedicação total a tudo o que jogar na temporada, cada competição a seu tempo.

- Nós vamos priorizar nesse momento o Gauchão. A Série C, lutamos muito por ela, sabemos ao que nos leva. Mas não adianta pensarmos hoje, porque ela começa só em maio. Esse jogo com o Flamengo é importante, em fevereiro, mas, por mais que seja significativo, a importância maior é do Gauchão, que vem bem antes. Fomos campeões do Interior, a expectativa é alta. Sabemos que a paridade das equipes é grande. O time de 2014 era parecido com Caxias, Veranópolis, Juventude. Conseguiu fazer mais pontos, mas não tinha superioridade. Temos muita consciência que vai ser difícil. Vamos priorizar o que vamos jogar em seguida.

Manter a base em um clube de grande porte no Brasil não é uma tarefa simples. Menos ainda para o Brasil-Pel, que ressurgiu de um momento delicado a partir da chegada de Zimmermann. Para o técnico, não basta planejar - isso, todos fazem. A competência na montagem da comissão técnica e do elenco, sim, é o segredo para o sucesso xavante a longo prazo.

- O principal é que vamos a cada ano escolhendo bem os atletas. Temos uma ideia de futebol, não é o acaso. Todo mundo faz planejamento, a questão é colocar em prática. Todo mundo sabe que tem que manter a base, ainda mais um clube do interior que tem dificuldades financeiras. Aqui no Brasil, todo mundo percebe que é uma situação diferente, que eles (os jogadores) não vão encontrar algo parecido quando saírem daqui. Eu mesmo não vou ter oportunidade, pelo menos é difícil ter em outros clubes, de manter uma ideia de futebol por tanto tempo. Estamos aproveitando bem esse momento. Não é uma coisa comum.

*ZHESPORTES


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