Após velório no salão nobre do Conselho Deliberativo do Beira-Rio, o corpo do vice de futebol do Inter, Luiz Fernando Costa, foi enterrado no fim da tarde deste domingo, no cemitério João XXIII. Ele morreu na madrugada deste domingo, aos 53 anos, vítima de um infarto, em Porto Alegre.

O dirigente teve alta do Hospital Mãe de Deus por volta das 14h de sábado. Durante a semana, havia sido transferido de Bento Gonçalves para Porto Alegre, pois estava em observação devido ao infarto que sofreu na Serra.

Corpo de Luiz Fernando Costa é velado sob emoção no Beira-Rio

Foi para casa e, ao final da tarde, deveria retornar ao hospital para buscar a requisição para um medicamento. Como o médico ainda não havia chegado, ele rumou para o Beira-Rio. Antes, telefonou para o vice de administração do Inter, Alexandre Limeira, que estava em casa, pedindo que fosse ao estádio e o acompanhasse. Queria caminhar pelo campo.

- Ele veio para se despedir - diz Limeira. - Pediu que eu viesse aqui. Nos encontramos com o Pedro Affatato (vice de finanças). Para a Rejane, porém, Luiz Fernando contou que eu o havia chamado para vir ao Beira-Rio. Estou certo que ele veio dar tchau ao estádio. Conversamos por uma hora, caminhando pelo gramado e sentamos nas arquibancadas - contou Limeira.

- Deus levou o cara errado. O Velhinho se passou. Não era a hora dele - lamentou Mário Sérgio Martins, diretor de Controladoria e Transparência do Inter e sócio de Costa há 32 anos em um escritório de advocacia.

Dirigentes e jogadores lamentam morte de Luiz Fernando Costa

Em meio à pré-temporada, surpreso com a repentina fama entre a gurizada, Costa revelou um pouco de seu perfil bem humorado ao comentar o pedido de autógrafo de um torcedor de 11 anos de idade:

- Sabe por que as crianças gostam de mim? Porque sou o único dirigente que é do tamanho delas.

Ao deixar o Beira-Rio, por volta das 19h de sábado, Costa passou no Hospital Mãe de Deus, pegou a requisição e voltou para casa, onde sua mulher preparava almôndegas, o prato preferido do dirigente. Estava bem e disposto. Lamentou não poder ter assistido a Inter e Shakhtar, na sexta-feira, e falava em voltar ao clube a partir dessa semana.

Após o jantar, por volta das 22h, referiu a Rejane uma dor no peito. Disse que era a mesma dor que sentiu em Bento Gonçalves, mas menos intensa. Os dois voltaram ao Mãe de Deus. Costa foi dirigindo. Ao chegar no hospital, foi imediatamente atendido. Duas horas depois, não resistiu e morreu. O pai de Luiz Fernando Costa morreu aos 52 anos, também de infarto.

Costa estava à frente do vestiário. Conversava diretamente com a comissão técnica e com os jogadores, com quem começava a estreitar o relacionamento. Nos próximos dias, a função de vice de futebol será acumulada por Piffero, que trabalhará com os diretores Carlos Pellegrini, Celso Chamun, Marcos Marino e Marcelo Otton.

Perfil

Integrante do movimento Ação Independente Colorada, Luiz Fernando Costa era advogado e, por nove anos, atuou na Federação Gaúcha de Futebol. Havia sido convidado por Francisco Novelletto, cliente do escritório de Costa há mais de duas décadas. No pleito que elegeu Piffero, em dezembro, ele havia sido o presidente da comissão eleitoral. Pela primeira vez, assumia um cargo no departamento de futebol.

- Eu estava muito preocupado com ele. Na segunda-feira, tentaria convencê-lo a não voltar à função de vice de futebol. Antes do primeiro infarto, em Bento, já estava percebendo que ele andava pesado, pressionado, estressado. Há oito anos ele já havia sofrido um princípio de infarto. Agora, estava com o mesmo semblante - contou Novelletto.

Não deixe de conferir a página do #ColoradoZH de cara nova: http://zh.com.br/inter

Acompanhe o Inter no Brasileirão através do Colorado ZH. Baixe o aplicativo:

IOS

Android

*ZHESPORTES