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Opinião

Diogo Olivier: o FBI nos oferece de mão beijada uma chance única de faxina completa no futebol brasileiro

27/05/2015 - 15h20min

Atualizada em: 27/05/2015 - 15h20min


Diogo Olivier
Diogo Olivier
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Ricardo Stuckert / Divulgação,CBF

Que a corrupção corria solta a gente sabia.

Quem não sabia, aliás?

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Os indícios eram tão consistentes que nem a Velhinha de Taubaté colocaria a mão no fogo por cartola algum da Fifa ou ligado à Fifa. O que ninguém imaginava era que a rede pescaria tubarões, em vez de apenas tainhas e lambaris.

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Depois de tanto tempo ouvindo siglas como Fifa e CBF sempre envolvidas com acusações de pagamento de propinas, entre venda de votos ou contratos de patrocínio e marketing, surgiu uma outra mais poderosa: o FBI.

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Viva o FBI.

Foram meter a mão via Concacaf, a confederação que tem os Estados Unidos como filiados, e a casa caiu. As autoridades americanas entraram no jogo e viraram o placar.

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É quase inacreditável, após tanto tempo de impunidade e reportagens de investigação, publicadas na imprensa do mundo todo, ver figurões da Fifa e da CBF em cana.

Serão deportados? Ficarão presos por lá? Voltarão a seus países. José Maria Marín, ex-presidente da CBF, desembarcará algemado?

Segundo Loretta Lynch, procuradora geral dos EUA, as provas são demolidoras e revelam um esquema de pagamento de propinas por quase tudo nos últimos 20 anos.

Há réus confessos no processo, inclusive. O brasileiro J. Hawilla, presidente da Traffic Group, não só confessou como aceitou devolver R$ 473 milhões obtidos ilegalmente.

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Muita gente não vai dormir direito nos próximos dias. É hora de começar de novo. A eleição da Fifa tem de ser suspensa, obviamente.

A atual direção da CBF tem de sair e novas eleições têm de ser convocadas com outras regras, quebrando o modelo viciado de troca de favores entre federações locais que perpetuam o mesmo grupo há décadas: João Havelange, Ricardo Teixeira, José Maria Marín e Marco Polo del Nero.

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O governo e o Poder Judiciário brasileiro têm de agir também. A CBF usa símbolos nacionais como se fossem seus. Toca hino antes de jogo, utiliza a bandeira nacional.

Adota elementos públicos, que ajudam a compor a identidade nacional, como se fossem seus. Se apropria dos nosso craques.

Há limites para se esconder atrás do biombo da entidade de direito privado. É hora de as autoridades públicas brasileiras agirem.

*ZHESPORTES


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