Esportes



De Fora da Área

Cassiá Carpes: esporte amador. Amador, mesmo?

Ex-jogador e ex-deputado estadual faz uma reflexão sobre as dificuldades com as quais convive na direção da Fundação de Esporte e Lazer do RS

17/07/2015 - 14h30min

Atualizada em: 17/07/2015 - 14h30min


A Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (Fundergs), fundada em 2001, tem por finalidade elaborar o calendário esportivo do Estado. São repassados pelo Ministério Esportes, aproximadamente, R$ 7 milhões/ano, dinheiro este, oriundo da loteria esportiva (Lei Pelé), com o objetivo de fomentar o esporte de rendimento, escolar e de lazer. Esse repasse é destinado aos municípios e entidades privadas sem fins lucrativos.

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A Fundergs organiza ou participa, anualmente, dos seguintes eventos desportivos, movimentando assim, crianças, jovens, homens e mulheres: Campeonato Estudantil, Copa RS Futebol Feminino de Várzea, Festival Paraolímpico, Gauchão de Várzea, Jogos Intermunicipais, Jogos Abertos Surdos, Jogos Escolares Juventude, Jogos Integração de Idosos, Jogos Povos Indígenas, Campeonato Paradesportivo Estudantil, Jogos Intermunicipais pessoas c/deficiência e Paralimpíadas Escolares.

Após cinco meses como diretor-presidente, encontramos um quadro preocupante em relação aos convênios com estes segmentos, que, por meio de editais, prefeituras e entidades sem fins lucrativos, candidatam-se na busca de verbas para eventos, reformas, projetos sociais desportivos e de lazer. Ao buscarmos o passivo, encontramos uma dívida de, aproximadamente, R$ 5 milhões até 2010 e, de 2011 até hoje, em torno de R$ 800 mil. Foram localizados projetos sem critérios, entidades, como federações, associações, institutos que conveniaram com a Fundergs e estão inadimplentes e/ou impossibilitadas de implementar o desenvolvimento do esporte por meio de verbas governamentais. Porém, muitas vezes foram substituídas por entidades com outras nomenclaturas para continuarem buscando recursos públicos. Nota-se a falta de gestão esportiva, políticas públicas para o esporte, prestação de contas fora de prazo ou inadequadas em relação ao edital que regrou o convênio.

O desperdício em relação a verbas públicas para o esporte brasileiro, tem duas vertentes preocupantes: a falta de uma política de Estado, com continuidade, e não de governos que são passageiros, e as entidades entenderem que o dinheiro é público, é da sociedade, e que a ela deve ser retornado através da prática esportiva e de lazer. Bons projetos e transparência terão sempre prioridade para desenvolver o esporte gaúcho.


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