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Opinião

Leonardo Oliveira: o orgulho do motorista da van que carregava Grohe e Alisson

No oeste do Paraná, Valdenor Nietzke tenta convencer os amigos de que já transportou dois goleiros de Seleção

05/09/2015 - 10h04min

Atualizada em: 05/09/2015 - 10h04min


Leonardo Oliveira
Leonardo Oliveira
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O motorista da Van com as camisas de jogo que Grohe e Alisson enviaram de presente

Em 2002, ano do Penta, Marcelo Grohe e Alisson dividiam os bancos de uma Topic no caminho cheio de sonhos entre o Vale do Sinos e os estádios da Dupla. Alisson era um guri de 11 anos. Grohe, um adolescente de 15. Neste sábado, o goleiro do Grêmio será o titular da Seleção contra a Costa Rica. Alisson estará no banco de reservas.

Pois, na sexta-feira, conversei com o motorista dessa van. Seu Valdenor Nietzke, 52 anos, exala orgulho em Marechal Cândido Randon, cidade no oeste do Paraná a 120 quilômetros de Foz do Iguaçu. Segue ao volante. Conduz estudantes de um curso pré-vestibular e de duas universidades de Toledo, distante 50 quilômetros. Solta uma gargalhada ao contar o que diz aos passageiros de hoje:
- Eu aviso: "Esse motorista só carregava gente famosa, goleiro de Seleção". Aí, eles resmungam: "Xiii, lá vem ele de novo com essa história".

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Seu Valdenor se emociona ao se lembrar do período em que fazia o transporte da gurizada para os treinos no Olímpico e no Beira-Rio. Como tinha de sair de Ivoti para levar os filhos, o zagueiro André (hoje na Suíça), e o goleiro Giovani (atual titular do Lajeadense), aproveitou para faturar um extra com a gurizada do Vale do Sinos.

Alisson era o caçula da turma. E também o mais inquieto. Agitava a viagem que, com o trânsito da BR-116 e a entrega porta a porta, demorava quase três horas. Contrastava com o temperamento do irmão, Muriel.
- O Alisson sempre foi serelepe. Não parava quieto um minuto - entrega seu Valdenor.

Marcelo Grohe era o mais disciplinado. Mas, literalmente, falava como um rádio. Sua diversão na longa viagem era imitar as narrações de Pedro Ernesto Denardin. Imaginava jornadas esportivas épicas pela Seleção, com lances fantásticos dos aspirantes a jogador que sacolejavam naquela van. Grohe não só narrava os jogos como fazias vezes de repórter e entrevistava a gurizada.
- São tempos bons. Me arrepio só de lembrar agora. Me emociono mesmo - revela seu Valdenor.

Neste sábado, a partir das 17h, o "tio da van" estará diante da tevê para conferir a performance de Grohe e dar uma espiada em Alisson. É a realização de um sonho dos guris da Dupla. Do qual ele acredita ter fração de participação.
- A gente fez parte dessa conquista, mesmo que seja um pouquinho. Mas sabe o que mais me satisfaz: quando eles encontram o Giovani, perguntam por mim. Me enviaram até camisa de jogo de presente. É sinal de que ficou a amizade - emociona-se seu Valdenor antes de desligar o telefone..


*ZHESPORTES


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