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Trago F.C.

MP atua para impedir derrubada da proibição do álcool, que já ocorreu em cinco estados

Veja onde a bebida está liberada no Brasil e no mundo

01/09/2015 - 05h09min

Atualizada em: 01/09/2015 - 05h09min


Amanda Munhoz
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André Baibich
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Carlos Rollsing
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Desde 2008, quando a CBF publicou uma resolução proibindo a comercialização de bebidas alcoólicas em estádios, o Brasil debate a validade de se restringir, ou não, o consumo e a venda do álcool nos jogos. No Rio Grande do Sul, o álcool está proibido desde abril daquele ano, quando foi sancionada lei de autoria do deputado Miki Breier (PSB).

Torcedores ingressam em estádios da Dupla com bebidas alcoólicas e drogas

De um lado, as autoridades de segurança pública argumentam que a restrição acarretou em uma diminuição no número de incidentes violentos. Do outro, defensores da liberação apontam razões econômicas e comportamentais para sustentar a derrubada da proibição.

Confira o que dizem Grêmio, Inter, Arena e Brio sobre flagrantes

Entre os argumentos de quem quer mudar o atual cenário está a míngua financeira dos clubes do Interior, que sofrem com a concorrência do futebol amador. O público que quer beber sua cerveja enquanto assiste ao jogo se dirige às organizadas ligas de várzea, onde o álcool é liberado, e foge dos campeonatos profissionais. Há também o interesse de alguns grandes clubes - o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, já se manifestou publicamente sobre o tema - para o fim da restrição. A liberação poderia trazer maior receita. Outra razão comumente apontada é a suposta ineficácia da lei.

Especialista defende liberação do álcool

- Hoje, as pessoas bebem mais fora do estádio do que beberiam se a venda fosse liberada dentro. Elas bebem mais porque já sabem que não vão poder continuar bebendo no estádio, então vão com a bebida até a porta do local. A violência não é evitada com a proibição. Só se evita a violência com educação, vigilância e penalização dos envolvidos em atos desse tipo - disse o deputado Juliano Roso (PC do B) a Zero Hora quando apresentou projeto de lei para liberar a venda de bebidas alcoólicas nos estádios gaúchos. O projeto segue em tramitação.

- Hoje a liberação seria um retrocesso. Os índices de violência reduziram nos estádios e na saída dos jogos. O número de famílias e crianças aumentou consideravelmente. Pode ser por uma questão cultural, mas eu ouço de várias pessoas que também tem relação com essa proibição - afirma Miki Breier, autor da lei estadual que proíbe o consumo no RS.

O Ministério Público tem atuado para impedir as tentativas de derrubar a restrição. No Rio Grande do Sul, o titular da Promotoria do Torcedor, Márcio Bressani, adotou o combate à liberação como uma de suas prioridades desde que assumiu o cargo, em junho deste ano.

- O MP tem ajuizado ações de inconstitucionalidade contra leis estaduais que liberam o álcool. A União já legislou sobre o tema no que diz respeito ao Estatuto do Torcedor. Os Estados estão desprezando essa questão para legislar no interesse econômico próprio - afirma.

Além de questionar a validade jurídica das leis estaduais, o MP gaúcho discute a possibilidade de restringir, também, a comercialização no entorno dos estádios.

Como é em outros países

Inglaterra - O consumo é permitido até os 15 minutos do segundo tempo.

Estados Unidos - A venda e o consumo são totalmente liberados.

Espanha - Assim como no Brasil, a venda e o consumo são proibidos.

Alemanha - O álcool é liberado na arquibancada até os 30 minutos do segundo tempo.

Argentina - As bebidas são proibidas nos estádios.


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