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12 meses do professor

Com "aniversário" de Roger no comando, Grêmio enfrenta o Atlético-MG

Técnico atinge marca com bons resultados nos últimos meses

26/05/2016 - 06h08min

Atualizada em: 26/05/2016 - 06h09min


Marco Souza
Marco Souza
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– Ainda falta o mais importante, que é o título – assim Roger Machado resumiu seu primeiro ano como técnico do Grêmio em entrevista coletiva nesta semana.

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Doze meses depois de assumir um vestiário cheio de desconfianças pelo baixo rendimento com Felipão, Roger mantém o mesmo ímpeto da época de jogador. O futebol é tópico fundamental para o técnico. Enquanto os auxiliares falam de filmes e outras assuntos no vestiário, Roger ouve atentamente e responde o que sabe. Brinca que os colegas lhe pouparam tempo, não precisará ir ao cinema, e já volta a analisar e planejar novos treinos e exercícios para estimular algum conceito que deseja ver em campo.

Com as promessas de recuperar um estilo de futebol que agradaria ao torcedor, apostar na base e brigar por títulos, o treinador ainda está em busca de uma conquista para encerrar o período de 15 anos sem conquistas de expressão do clube. Vitórias e boas partidas no Brasileirão do ano passado, as duras eliminações no Gauchão e na Libertadores contrastam com os primeiros doze meses de comando do ex-lateral multicampeão da década de 90 no clube.

Na concorrida coletiva de apresentação da nova comissão técnica no ano passado, o presidente Romildo Bolzan Jr declarou:

– O Roger sabe dos valores do clube. Ele chega com uma missão e também para afirmar sua condição profissional. Se há alguém preparado para cumprir esse papel de formador é o Roger.

Desde o voto de confiança de Romildo, o treinador tem correspondido. Da base, Luan, Walace e Pedro Rocha ganharam protagonismo na boa campanha do Brasileirão de 2015. Everton e Lincoln ainda patinam em assumir um espaço maior, mas já mostraram o talento que os levaram aos profissionais. O problema veio com as eliminações no Gauchão e na Libertadores, que teve o sofrido desfalque de Miller Bolaños em boa parte das campanhas.

Contratado com Roger para servir como seu auxiliar, Roberto Ribas acompanhou a enxurrada de elogios ao trabalho de 2015 e as críticas pelas quedas deste ano. Garante que vê o mesmo ímpeto no comandante, talvez até um pouco mais de determinação para provar que o futebol do ano passado será recuperado. Para isso, a comissão técnica se esforça para acompanhar o pique do comandante. Um grupo no WhatsApp mantém a conexão com os jogos de futebol pelo mundo. Quem estiver acompanhando, manda uma mensagem destacando uma movimentação que viu para o técnico tentar implantar nos treinos.

– Roger é muito trabalhador. É inacreditável a carga que ele se submete. Revê os jogos, analisa duas, três vezes cada partida nossa e do próximo adversário. Às vezes, manda mensagem às 8h da manhã na concentração convidando para rever o plano do jogo.

Mesmo com a rotina de treinos e jogos, Roger mantém o foco na família. Em entrevista a Zero Hora em dezembro, a mulher Camile contou que o técnico adaptou seus horários livres para ter algum tempo em casa. É Roger quem vai para a cozinha as 6h para preparar o café da manhã das filhas Júlia e Gabriela e depois as levar para a escola.

– Ele ouve demais todos que o cercam. Valoriza, pondera e releva o que as outras áreas do clube dizem. Mesmo com a dedicação ao clube, não abre mão da relação familiar. É um baita do pai, sempre fala da relação que tem com as filhas e com a mulher. É um profissional que se preparou para estar aqui. O sucesso dele é fruto do trabalho. Tem experiência de vestiário, estudou e é atento a tudo – garante o assessor de imprensa do clube, João Paulo Fontoura.

Léo Ferreira, empresário de Roger, conhece o cliente desde os tempos em que ambos estavam na base do Grêmio. Zagueiro da geração de 1976, atuou com o lateral, que é de 1975. A parceria da época do Olímpico continuou após Léo avisar que iria largar as chuteiras para cursar Direito e trabalhar como empresário. Passou de companheiro a representante.

– Não é surpresa ver o bom início de carreira dele, tem uma estrela fora de série. A dedicação dele me fez esperar que esse sucesso aconteceria. Quando ele resolver ser treinador, estabeleceu metas e ele já as alcançou. O futebol está na veia dele – disse Ferreira.

Amigo dos tempos de jogador, Tinga aprendeu a ver as situações do futebol com o olhar mais crítico pela convivência com Roger. Cita como exemplo o momento em que o parceiro resolveu se preparar para a vida sem o futebol. O ex-volante lembra que o companheiro gostava de customizar os carros com diferentes apetrechos. Até o dia em que Roger chegou ao Olímpico com um carro Focus.

– Tinga, acabou. Agora é hora de guardar. Pavão velho não dá .

Nesta quinta-feira, Roger volta a enfrentar o adversário que o Grêmio teve melhores atuações sob seu comando. Contra o Atlético-MG, o técnico tentará manter a boa largada do Brasileirão e as esperanças de um segundo semestre com a conquista do tão esperado título.

– Até mesmo as derrotas fazem parte da construção de um grupo vitorioso. Tenho certeza que nos reerguemos de um momento ruim para brigarmos pelo título do Brasileirão – projeta Roger.

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