Quem não o conhece pode até se preocupar. É nítida a tensão do técnico Tite com a aproximação da estreia na Copa. Mais sóbrio do que de costume, observa muito das atividades à distância e pensativo. Faz questão de, pessoalmente, ir ao campo anexo ao dos treinamentos só acompanhar o trabalho de fisioterapia do meio-campista Fred. Em outras oportunidades, caminha sem parar, atravessando o gramado para conferir a atividade dos goleiros. 

Tudo até a bola rolar. Aí, intervém diretamente. Não usou sua folga de segunda-feira para passear e ficou no hotel. Nenhum jogador está mais ansioso do que o treinador para enfrentar a Suíça. Só que trata-se de um homem programado para fazer desta carga de adrenalina seu combustível. Assim foi sempre. Os resultados, nós conhecemos. O Brasil espera que siga sendo assim, pelo menos até 15 de julho.

SUCESSOR _ Neymar é a grande estrela, mas Marcelo encerrou a temporada europeia como o brasileiro de melhor desempenho. Campeão europeu mais uma vez e ídolo do Real Madrid, o lateral tem tudo para estar entre os melhores da Copa e é figura fundamental no time do Brasil. 

Em 2010, foi desprezado por Dunga e, em 2014, estava no vexame do Mineirão. Sua carreira e seu futebol merecem um título mundial para estar no mesmo patamar de outro astro que brilhou nessa posição na Seleção e no Real: Roberto Carlos. 

CLÁSSICO IBÉRICO _ Se a Seleção Brasileira foi esteve em alta em Sochi durante uma semana, as luzes trocam o foco. Espanha e Portugal fazem, hoje, um jogaço recheado de atrações. As duas últimas campeãs da Europa, rivais por natureza, apresentam de um lado a grande estrela Cristiano Ronaldo, melhor jogador do mundo, e do outro uma seleção favorita à Copa, que protagonizou a lambança da semana ao trocar de técnico a três dias da estreia, mas que tem o comando de Iniesta, outro supercraque.

De antemão, é o grande confronto desta primeira fase do Mundial. Quem ganhar encaminha a classificação no Grupo B. 

MONTANHA RUSSA 

NO ALTO

Rússia _ Donos da casa fizeram uma bela cerimônia na abertura, aplaudiram seu presidente e ainda viram a seleção estrear no mundial com goleada. Ainda que precisasse, motivo para muitas vodcas.

DESPENCANDO

Arábia Saudita _ Perder para a dona da casa numa estreia de Copa é algo normal, mas levar 0 a 5 é apenas a confirmação de que a disputa dos árabes é para ver se é a mais frágil seleção do Mundial.