Após um sono atribulado, acordei imaginando que estava tendo um pesadelo. A vida estava de cabeça para baixo. As ruas pareciam desertas. Todos nós ficávamos presos em casa com medo de um inimigo invisível. A bola que nos alegra deixou de rolar. Alguém um dia falou que entre as coisas menos importantes do mundo, o futebol é mais importante.

Mas tudo parou. O teatro, o cinema, os shoppings, os restaurantes, as festas e os encontros. As nossas casas viraram local de trabalho. Os colegas estão separados. Os amigos, inacessíveis. As famílias divididas. Estamos isolados. Que saudade de um simples abraço.

Quando podíamos imaginar que seríamos prisioneiros do medo? Não era pesadelo. Era verdade. Uma pandemia, que já matou milhares de pessoas na Itália e aterroriza o mundo todo, chegou ao nosso quintal.

Deixa estar

O que mais nos dói é que nunca na vida havíamos pensado em passar por isso. Temos a tensão de andar na rua com medo de ser contaminado. Comecei a pensar nos idosos, os mais suscetíveis ao vírus. Confesso que com meus 2,05m de altura, chorei de medo de um minúsculo vírus, me sentindo impotente frente a esse inimigo invisível. 

Chorei por tudo que pode acontecer para quem a gente ama. Chorei por aqueles mais pobres e que terão dificuldades de se proteger. Chorei de saudade dos amigos e colegas. Chorei pela devoção dos abnegados profissionais da área de saúde, que não estão medindo esforços neste momento complicado.

Mas precisamos ser fortes. Todos nós temos que estar focados na prevenção, no cuidado. Pensar no próximo. Empatia. A batalha será longa. E vamos vencer!