Paixão colorada
Lelê Bortholacci: aposta na base é garantia de rentabilidade
Está mais do que na hora de o Inter voltar a ser um clube formador e vendedor
Como eu escrevi na segunda-feira (29), a importância do papel de Eduardo Coudet no aproveitamento de jovens no Beira-Rio vai muito além da descoberta de novos talentos para que tenhamos bons times e possamos disputar títulos. Isso é uma questão de sobrevivência e de estabilidade financeira para o clube.
Vejam o exemplo aqui do nosso lado: em plena pandemia, com as receitas minguadas, renegociando salários de jogadores — para pagar durante os anos de 2021 e 2022 — o Grêmio recebe a notícia da entrada de aproximadamente R$ 15 milhões milhões em seu caixa, referentes à venda de Arthur, do Barcelona para a Juventus.
Esse dinheiro não "caiu do céu". Ele é resultado de um trabalho. É uma equação bem lógica: quanto mais se investir na base, mais rentabilidade o clube terá. É claro que, primeiro, queremos jogadores que nos deem títulos, mas é inevitável que os mercados mais ricos nos levem os jogadores ainda novos.
Sempre foi assim e a tendência é que, com a crise que se avizinha, fique ainda mais fácil para os grandes clubes europeus — ou os endinheirados chineses, árabes, entre outros — buscarem os jovens que se destacam no Brasil.
O caso de Arthur, por ser atual, é apenas um exemplo. Mas eu poderia citar diversos casos de jogadores que saíram do nosso Celeiro de Ases, como Pato, Taison, Sobis e mais dezenas de atletas que levantaram taças com a camisa vermelha, foram embora e seguiram gerando receita pro clube, pelo mecanismo da Fifa.
Nova realidade
Está mais do que na hora de o Inter voltar a ser um clube formador e vendedor. A nova realidade financeira do futebol exige isso. Quem remar contra será arrastado pela correnteza.