Paixão Colorada
Lelê Bortholacci: as consequências da irresponsabilidade coletiva são incalculáveis
Precisamos retroceder antes de voltarmos as competições
Mais uma vez, teremos que retroceder. A falta de noção e espírito coletivo das pessoas que lotam de parques públicos a redutos boêmios tem um preço e todo mundo sabe qual é. Essa vida “quase normal”, espalhou o vírus, aumentou a ocupação das UTIs e Porto Alegre voltou a ser classificada com a bandeira vermelha. Não existe milagre. Apenas a consequência de atos egoístas e que, novamente, obrigarão o fechamento de estabelecimentos comerciais, trazendo mais angústia para a vida de nossa sociedade.
Essa pandemia está provando, de uma vez por todas, que grande parte dos brasileiros não está nem aí pro próximo. Não há senso coletivo. A cultura do “levar vantagem em tudo” está entranhada no nosso povo. Mesmo que isso possa até significar a vida de alguém. É muito triste. Mas é a nossa realidade.
Trazendo pro futebol, é muito provável que os planos otimistas da semana passada — para o retorno do nosso Gauchão — tenham que ser alterados e/ou adiados. A máxima de que “o futebol imita a vida”, está valendo mais do que nunca. A precipitação da volta do futebol no Rio de Janeiro mostrou que não adianta querermos nos enganar. Ainda há um caminho a percorrer. E se a sociedade não fizer a sua parte, não me espantarei se a bola não voltar a rolar por aqui antes de setembro, outubro e olhe lá. As consequências da irresponsabilidade coletiva são incalculáveis.