Dupla Gre-Nal



Em busca do poder

Luciano Périco: o ambicioso plano do Flamengo para dominar o futebol brasileiro

O primeiro passo do rubro-negro é buscar o gerenciamento total dos recursos financeiros gerados pela transmissão de seus jogos

03/07/2020 - 08h00min

Atualizada em: 03/07/2020 - 08h00min


Luciano Périco
Luciano Périco
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Alexandre Vidal / Flamengo/Divulgação
A queda de braço começou quando o Flamengo não aceitou a proposta de fechar com a Globo pelos direitos de TV do Estadual

A relação entre Flamengo e Globo azedou de vez depois da partida contra o Boavista ter sido transmitida pela FlaTV na internet. A emissora anunciou a rescisão de contrato das transmissões do Carioca por quebra de exclusividade de televisionamento. Mesmo assim, vai pagar os valores referentes ao ano de 2020 aos outros 11 clubes que disputam a competição. 

A queda de braço começou quando o Flamengo não aceitou a proposta de fechar com a Globo pelos direitos de TV do Estadual. A movimentação do clube junto a presidência da República com a solicitação da criação da Medida Provisória 984, que passa ao mandante dos jogos os direitos de transmissão, foi a gota d’água. Juridicamente, a Globo entende que a MP não poderia alterar o contrato que está vigente. Nada poderá mudar no Brasileirão. Só que fica a impressão que a bronca está apenas começando. 

O mundo do streaming no entretenimento e no esporte é o futuro. Um mercado inesgotável, que ainda está surgindo e com grande potencial financeiro. O Flamengo mira na força da sua marca, do tamanho da sua torcida, para ampliar os recursos oriundos dos direitos de transmissão das suas partidas. Mas no futebol é preciso ter cuidado para saber o melhor caminho. Será que é a saída para os outros grandes clubes, incluindo a dupla Gre-Nal? Os pequenos conseguirão sobreviver com a mudança de parâmetros?  

Um exemplo precisa ser lembrado. A decisão da gestão Vitório Piffero, de vender os direitos dos jogos do Brasileirão nos canais fechados para a Turner, obrigou o Inter a ir para a justiça buscar os recursos que a empresa não quer mais repassar aos times sob contrato. Até poderia parecer um bom negócio na época, porém na prática acabou trazendo dor de cabeça para o Colorado.

Os clubes também não podem esquecer uma questão fundamental. A Globo é parceira do futebol brasileiro há muito tempo. Sempre foi o socorro em momentos de dificuldade, muitas vezes antecipando receitas. O contrato pelos direitos do Brasileirão está fechado com a emissora até 2024. Mas a partir de 2021 já começa a negociação para o próximo ciclo. Vem muita discussão pela frente. 


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