Longe do habitual
Luciano Périco: o Gre-Nal da normalidade zero
Pela primeira vez em 111 anos, clássico será disputado com portões fechados em meio a uma grave pandemia
O retorno do futebol vai acontecer com o Gauchão. De cara, um clássico Gre-Nal. Fora de seu habitat natural. É hora de ser profissional. Pegar o microfone para contar a história, que estará à frente dos nossos olhos. Mas será difícil esquecer a situação traumática que estamos vivendo.
Impossível não lembrar das vidas levadas, não se colocar no lugar das famílias e dos amigos que choram a perda de entes queridos. Como esquecer quem está entre a vida e a morte em uma UTI?
Com absoluta certeza, penso não ser o momento mais adequado para a volta. A questão tem sido debatida à exaustão. Argumentos plausíveis dos dois lados, contra e a favor da retomada das atividades esportivas. Penso que não podemos adotar um discurso simplista, imputando responsabilidade ao mundo do futebol pelo o que ainda pode vir pela frente. O vilão nessa história é um só: o coronavírus.
Todos nós não podemos esquecer que ainda estamos vivendo o pico da pandemia. Por isso, só faço um pedido: por favor, não se engane. A bola rolando que você verá não é sinal de normalidade. Longe disso. Os jogos que veremos terão protocolos sanitários rígidos, estádio sem a presença público, atletas afastados e com máscaras no banco de reservas e poucos jornalistas fazendo a cobertura. Tudo muito longe do habitual.